"A NOSSA LINGUAGEM CRIA O MUNDO."

sábado, 17 de julho de 2010

EMILY DICKINSON (1830-1886)


Solteira  convicta e auto-exilada dentro de casa por mais de vinte anos, Emily Dickinson não chegou a publicar sua obra, por não se submeter as convenções de seu tempo. Após a morte de Emily, sua irmã Lavinia encontrou no quarto da poetisa uma gaveta cheia de papéis em desordem que eram na realidade poemas que Emily havia passado a vida escrevendo.
Seus poemas não seguiam os padrões definidos pela época, por isso sofreu preconceito dizendo-se que estavam errados, quanto no entanto ela antecedia o Modernismo (que só viria a surgir muito tempo depois), já que podemos ver muitas das caracteristicas em seus poemas.

Much Madness is divinest Sense --
To a discerning Eye --
Much Sense -- the starkest Madness --
'Tis the Majority
In this, as All, prevail --
Assent -- and you are sane --
Demur -- you're straightway dangerous --
And handled with a Chain --

Muita loucura é o mais divino Sentido –
Para um Olho que sabe perceber –
Muito sentido é a mais inflexível Loucura –
É a Maioria
Nisto, como em tudo, triunfa –
Concorde – e você é são –
Discorde – e você é perigoso –
E é acorrentado -

O poema aqui exposto traduz um sentimento de sofrimento. O olho que sabe perceber representa aquele que não se deixa levar pelas convenções. O eu lirico quer alertar o apreciador do poema que ele só terá uma vida completa se suas escolhas se basearem em seus próprios valores, porém, será considerado louco, um divino estado emocional. Já o sensato terá uma vida vazia. Existe uma critica social, já que a sociedade prefere alguém vazio para que se possa molda-lo de acordo com as necessidades.
Há uma gradação de sentimentos, vejamos que o poema inicia falando do divino e termina com revolta, assim, iniciando com o pessoal e terminando com o social.

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