Toda linguagem é forma de expressão e a linguagem cinematográfica não é uma exceção. Exprimem-se idéias e sentimentos através de planos, ângulos de tomada e movimentos de câmara que são complementados pelos elementos técnico – artísticos (fotografia, vestuário e truques).
Podemos dizer que o cinema apropria-se dos elementos da literatura e do teatro, sendo que o primeiro refere-se à palavra e o segundo além do texto também à presença física de atores. Porém, o cinema se diferencia pela variação de ângulo visual, dando ao espectador a visão que a câmera se propõe a transparecer no momento em que captura a cena, ou seja, a câmera é o olho do espectador. A variação do ângulo visual determina-se, por exemplo, pelo corte, pela panorâmica e pelo travelling, cujo primeiro é responsável pela mudança de plano. O segundo movimento citado é referente à câmara fixada em uma base e que gira sobre si mesma na horizontal ou na vertical. O terceiro movimento é o suave deslizamento da câmera em uma direção. Também há uma variação de angulação que seriam: normal, câmara alta e câmara baixa.
Antes de o filme criar vida nas telas é necessário que o autor tenha a idéia e que essa seja passada para o papel, portanto, a criação inicia-se pelo roteiro que guiará todo o processo de criação, dividindo o filme em planos e mostrando os ângulos de tomada e os movimentos que a câmera deve adotar em cada plano, alguns deles são: o plano geral (o ator aparece de longe e de corpo inteiro) que localiza a ação; plano médio (vemos vários atores de pé e alguns detalhes do cenário) que tem função descritiva; plano americano (o personagem aparece dos joelhos para cima) que define melhor a situação; primeiro plano (mostra o rosto do autor em toda tela) que tem função dramática; e primeiríssimo plano ou detalhe (ressalta apenas uma parte do objeto ou personagem como olho, boca, etc.).
A gravação de um filme é constituída por planos que formam uma cena. Várias cenas formam uma seqüência e várias da mesma formam o filme propriamente dito. Vale frisar que a ordem de gravação não é a mesma que a ordem do roteiro, a montagem ou edição é responsável por organizar as partes na ordem estabelecida no roteiro e de dar ritmo ao filme. Esse ritmo nasce de três fatores, duração das tomadas, montagem e pontuação cinematográfica (trucagem).
Diferente do roteiro que é um elemento exclusivo do cinema o diálogo de um filme pode ser escrito por um roteirista como também por um escritor especializado. Toda a essência do filme está no roteiro, o sucesso ou fracasso do filme dependem dele, mas uma filmagem nunca expressa na integra o que o roteiro propõe, sempre há improviso e adaptações necessárias no decorrer do caminho.
Outro aspecto importante são os efeitos especiais dentro de um filme. Esses efeitos proporcionam ilusão ao espectador e são determinados pela trucagem.
Alguns dos efeitos especiais são: inversão de ordem (efeitos cômicos); superposição (dupla-exposição fotográfica); máscara (mostra o ator conversando com ele mesmo); tomada interrompida (substituições de objetos ou aparições); tela transparente (impressão de movimento em exteriores); miniaturas (maquetes dos cenários ao invés de ambientes reais); e cenários desproporcionais (as pessoas aparecem em tamanhos desproporcionais).
Os filmes tratam da realidade, pois como iniciamos este trabalho, ele trabalha com a expressão através de uma linguagem própria, no entanto, ele trabalha com a fantasia e cabe ao expectador ter discernimento para identificar o que é ilusão e o que é real.
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