"A NOSSA LINGUAGEM CRIA O MUNDO."

sexta-feira, 30 de julho de 2010

CINEMA FRANCÊS & JEAN VIGO

O cinema francês passa por uma renovação no período pós-primeira Guerra Mundial. A história do cinema é recente e tem ligação com as artes, principalmente com as vanguardas européias, dadaísmo, surrealismo, etc. As vanguardas expressam uma nova realidade, por meio da linguagem composta por novas configurações.

"Entende-se, com este termo - vanguarda - um movimento que investe um interesse ideológico na arte, preparando e anunciando deliberadamente uma subversão radical da cultura e até dos costumes sociais, negando em bloco todo o passado e substituindo a pesquisa metódica por uma ousada experimentação na ordem estilística e técnica" (Giulio Carlo Argan)
A década de 20 apresenta produções cinematográficas experimentais influenciadas pelas vanguardas. Louis Delluc, escritor e cineasta, critica o cinema industrial, produzindo um cinema intelectual e de protesto.
Jean Vigo teve forte importância para o cinema. O cineasta viveu em Paris na efervescência surrealista, filho de ativistas anarquistas, identifica-se com a proposta de Un Chien Andalou e pelos ideais de liberdade, anti-autoritarismo e repúdio ao academicismo sobre influência do surrealismo.
Na passagem do cinema mudo para o sonoro evidencia-se o Realismo Poético, fazendo com que os vanguardistas livrassem-se do experimentalismo, passando a terem uma visão naturalista de critica social. Jean Renoir, realista poético, usa em suas produções a ironia e a compaixão, usando temas como a decepção, fracasso, tristeza e fúria, por meio de uma humanidade instável de sentimentos bons e ruins.
Assim, como a literatura teve seu momento naturalista, o cinema também. Podíamos ver nas telas os tipos humanos que os personagens refletiam, por meio de uma aparência feia e suja, sempre referentes às classes populares.
Vigo foi o primeiro a fazer um cinema social, lírico e verdadeiro. Sua atuação foi curta, mas o suficiente para mostrar uma produção autoral de critica social. A França dos anos 30 pode vivenciar um cinema em que Jean Vigo expressa uma realidade crua, sem efeitos e artifícios, criticando uma sociedade hipócrita.




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