"A NOSSA LINGUAGEM CRIA O MUNDO."

domingo, 26 de fevereiro de 2012

TEATRO: PARA O VAMPIRO - VARIAÇÕES Nº 1



“Para o Vampiro – Variações nº 1” é uma peça dirigida por Marcos Damaceno, escrita pelo mesmo e por Marcelo Bourscheid. A peça estreou no Teatro Novelas Curitibanas em 16 de fevereiro permanecendo em cartaz até o dia 18 de março de 2012. Na seqüência, estará em cartaz no Festival de Curitiba que acontece entre os dias 27 de março a 08 de abril. 
 Usando a estética do frio o personagem em crise, que é separado do mundo pelo o seu próprio mundo, vive a melancolia causada pela pressão de ter que escrever uma peça em sete semanas e se tortura entre as exigências da indústria cultural e a própria vontade. 
O cenário escuro e o temporal expressam a tortura mental a que o escritor se submete. Ele pode escrever, mas não quer. Porque não? Talvez por falta de uma inspiração consistente, porque nada do que ele pensa é original, tudo parece ser copiado, tudo parece ter sido dito, é como se estivesse vampirizando, sugando a essência do outro o tempo todo.
 A peça faz uma critica a indústria cultural, ao teatro de entretenimento. A companhia paga para o público assistir, pois o objetivo não é lucrar e sim espalhar a arte, mesmo que para isso tenha que usar do elemento criticado para atrair a atenção da sociedade.
Enfim, trata-se de uma obra que questiona, que te deixa inquieto e atento a todo movimento representado, a cada palavra dita, pois o personagem que se encontra perdido em seus pensamentos, que ouve vozes, que tem devaneios e se angustia com o tempo que desfaz o encantamento da criação poderia escrever algo divertido, mas não quer, ele não é divertido, ele não pode ser falso com ele mesmo, trair a sua essência melancólica, introspectiva e critica.

Um homem e uma mulher, um homem e duas mulheres, o amor e a morte. Quando “A” história acaba você está morto.


INDICADOS AO OSCAR 2012



O Oscar 2012 acontece hoje, 26 de fevereiro, resolvi postar a tipica listinha dos filmes indicados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Os meus favoritos deixei em negrito, escolham os seus e vamos "fazer parte" desse espetaculo americano, porque ninguém é imune a um pouco de glamour e formula hollywoodiana.


Melhor filme
"Cavalo de guerra"
"O artista"
"O homem que mudou o jogo"
"Os descendentes"
"A árvore da vida"
"Meia-noite em Paris"
"História cruzadas"
"A invenção de Hugo Cabret"
 "Tão forte e tão perto" 
Melhor ator
Demián Bichir - "A better life"
George Clooney - "Os descendentes"
Jean Dujardin - "O artista"
Gary Oldman - "O espião que sabia demais"
Brad Pitt - "O homem que mudou o jogo"
Ator coadjuvante
Kenneth Branagh - "Sete dias com Marilyn"
Jonah Hill - "O homem que mudou o jogo"
Nick Nolte - "Warrior"
Max Von Sydow - "Tão forte e tão perto"
Christopher Plummer - "Beginners"

Melhor animação
"A Cat in Paris"
"Chico & Rita"
"Kung Fu Panda 2"
"Gato de Botas"
"Rango"

Melhor atriz
Glenn Close - "Albert Nobbs"
Viola Davis - "Histórias cruzadas"
Rooney Mara - "Os homens que não amavam as mulheres"
Meryl Streep - "A dama de ferro"
Michelle Williams -"Sete dias com Marilyn"



Melhor atriz coadjuvante
Octavia Spencer - "Histórias cruzadas"
Bérénice Bejo - "O artista"
Jessica Chastain - "Histórias cruzadas"
Janet McTeer - "Albert Nobbs"
Melissa McCarthy - "Missão madrinha de casamento"

Melhor roteiro original
"O artista"
"Missão madrinha de casamento"
"Margin Call"
"Meia-noite em Paris"
"A separação"

Trilha sonora original
"As aventura de Tintim" - John Williams
"O Artista" - Ludovic Bource
"A invenção de Hugo Cabret" - Howard Shore
"O espião que sabia demais" - Alberto Iglesias
"Cavalo de guerra" - John Williams

Canção original
"Man or Muppet", de "Os Muppets", música e letra de Bret McKenzie
"Real in Rio", de "Rio", música de Sergio Mendes e Carlinhos Brown, letra de Siedah Garrett

Maquiagem
"Albert Nobbs"
"Harry Potter"
"A dama de ferro"

Direção de arte

"O artista"
"Harry Potter"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Meia-noite em Paris"

"Cavalo de guerra"

Fotografia
"O artista"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"A árvore da vida"
"Cavalo de guerra"

Figurino
"Anonymous"
"O artista"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Jane Eyre"
"W.E."

Diretor
Michel Hazanavicius - "O artista"
Alexander Payne - "Os descendentes"
Martin Scorsese - "A invenção de Hugo Cabret"
Woody Allen - "Meia-noite em Paris"
 Terrence Malick - "A árvore da vida"

Documentário (longa-metragem)
"Hell and Back Again"
"If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front"
"Paradise Lost 3: Purgatory"
"Pina"
"Undefeated"

Documentário (curta-metragem)
"The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement"
"God Is the Bigger Elvis"
"Incident in New Baghdad"
"Saving Face"
"The Tsunami and the Cherry Blossom"

Edição
"O artista"
"Os descendentes"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"O homem que mudou o jogo"

Melhor filme em língua estrangeira
"Bullhead" - Bélgica
"Footnote" - Israel
"In Darkness" - Polônia
"Monsieur Lazhar" - Canadá
"Separação" - Irã

Curta-metragem de animação
"Dimanche"
"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore"
"La Luna"
"A Morning Stroll"
"Wild Life"

Curta-metragem
"Pentecost"
"Raju"
"The Shore"
"Time Freak"
"Tuba Atlantic"


Edição de som
"Drive"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Transformers: o lado oculto da lua"
"Cavalo de guerra"

Mixagem de som
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"O homem que mudou o jogo"
"Transformers: o lado oculto da lua"
"Cavalo de guerra"


Efeitos visuais
"Harry Potter"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Gigantes de aço"
"Planeta do macacos"
"Transformers: o lado oculto da lua"

Roteiro adaptado
"Os descendentes"
"A invenção de Hugo Cabret"
 "Tudo pelo poder"
"O homem que mudou o jogo"
"O espião que sabia demais"

sábado, 18 de fevereiro de 2012

AS MULHERES DO 6º ANDAR



Em “As mulheres do 6º andar”, Philippe Le Guay, faz uso do estereótipo espanhol (onde tudo é muito alegre e intenso), para dar vida a uma obra otimista sobre a vida. Para isso o diretor conta com um grande elenco que merece destaque, Fabrice Luchini (“Potiche – Esposa Troféu”), Carmem Maura (“Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”), Lola Dueñas (“Volver”) e Natalia Verbeke (“O filho da Noiva”).
O grande elenco vive personagens ambientados na década de 60, o que pode fazer com que o público relacione o filme com o também em cartaz “The Help”, pois ambos contam histórias de empregadas na década de 60, com a diferença territorial, levando a conflitos distintos, já que o primeiro trata das empregadas espanholas na França e o segundo das empregadas negras nos Estados Unidos da América, países que viviam realidades bem diferentes ocasionadas pela Segunda Guerra Mundial.
“As mulheres do 6º andar” é uma comédia social, que critica a vida burguesa, que se esforça tanto por conforto e imagem estruturada que se esquece da alegria de viver, pois passam a representar o tempo todo, mesmo que inconscientemente.
O patrão conhece o 6º andar, onde as empregadas vivem em “chambres de bonne”, os quartinhos no sótão dos edifícios parisienses e ali ele se encanta com a vida que existe naquele andar.  Mesmo diante das dificuldades as espanholas vivem como podem e felizes com o que dá. Ele decide se instalar em um quartinho e se sente bem pela primeira vez na vida, pois mesmo sendo um espaço limitado, é um espaço só dele, sem ninguém para interferir, sem regras para serem cumpridas por um bem social.
É diante dessa perspectiva que o patrão se apaixona pela empregada, mas ela foge e como em um conto de fadas ele vai atrás dela, mesmo que três anos depois, como uma metáfora de que se amor realmente existir não há tempo que o mate. Como dito no inicio, é uma visão otimista sobre a vida, sentimentos e maneira de encarar a vida.
Um filme que demonstra como a vida pode ser alegre se você deixar, como um amor pode dar certo mesmo com tantas diferenças e também como há sempre alguém para lhe ajudar e amenizar os momentos difíceis.
Não é só de filme com final infeliz que o pós-modernismo vive.

FICHA TÉCNICA


Duração: 104 min.
Origem: França
Estreia: 10 de Fevereiro de 2012
Direção: Philippe Le Guay
Roteiro: Philippe Le Guay e Jérôme Tonnerre
Distribuidora: Vinny Filmes
Censura: 12 anos
Ano: 2010

HISTÓRIAS CRUZADAS



Histórias Cruzadas (The Help), dirigido e escrito por Tate Taylor, baseado na obra de Kathryn Stockett, tem Mississipi dos anos 60 como cenário para uma história de superação e vitória, pelo menos interior.
O filme usa a década de 60 para expressar toda a vida de mentira criada pelos americanos em um período pós-guerra, onde eles necessitavam expressar felicidade (artificial) e “organização” social. O filme demonstra muito bem isso nos figurinos (penteados e perucas), que representam a artificialidade das personagens.
As empregadas negras são as personagens verdadeiras da narrativa, são elas que sentem, cultivam sofrimento e alegria, são responsáveis pela humanização da obra. Mas não vamos ser racistas, existem duas personagens que não pertencem ao universo das empregadas que também são humanas, Skeeter, uma jovem recém formada que aspira ser uma grande escritora e também sofre preconceito, por ser independente e solteira e Célia, uma recém casada que por ter engravidado antes do casamento é excluída pelas outras jovens casadas da cidade. Logo, percebemos que brancos ou negros, esses personagens sofrem preconceitos e irão se juntar contra a exclusão que existe, mesmo que por razões distintas.
O tema central da narrativa é o racismo, a luta pelos direitos humanos e como as empregadas negras eram submetidas a viver em uma época tão intolerante. Inicialmente, é isso que a sinopse tem a nos dizer, mas a história vai além, é um daqueles filmes que não te deixa sair da sala do cinema como havia entrado, te faz pensar sobre você mesmo e sobre o que você está fazendo da sua vida, está lutando pelos seus sonhos ou deixou que eles morressem?
São sonhos, esperanças e conquistas que vemos em Histórias Cruzadas. Uma jovem que sonha em ser escritora, empregadas que mesmo sendo destratadas conseguem sorrir e acreditar que dias melhores virão, uma esposa fútil que consegue tornar-se mantenedora do lar, mulheres que precisam superar obstáculos que a sociedade impõe, alguns menores, outros maiores, mas para que julgar o tamanho da superação? O maior problema é aquele vivido pelo sujeito.
Abileen, a empregada que sente que realizou o sonho do filho morto, que dizia que a família teria um escritor, não imaginava que a escritora seria ela e termina o filme percorrendo um longo caminho, caminho que ela tem que conquistar, pelo qual caminhamos todos os dias e que só acaba com a morte, que pode ser a convencional ou a interior, sendo a segunda a mais sofrida. 


FICHA TÉCNICA


Diretor: Tate Taylor
Elenco: Emma Stone, Bryce Dallas Howard, Mike Vogel, Allison Janney, Viola Davis, Ahna O'Reilly, Octavia Spencer, Jessica Chastain, Anna Camp, Eleanor Henry, Emma Henry, Chris Lowell.
Roteiro: Tate Taylor, baseado na obra de Kathryn Stockett
Fotografia: Stephen Goldblatt
Trilha Sonora: Thomas Newman
Duração: 146 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos