Vivemos em uma época que muitas lutas foram vencidas, muitas culturas aceitas, muitos paradigmas quebrados, muitas expressões artísticas compreendidas, muitas coisas criadas e recriadas. Não há mais como fugir das influências, não há como ser totalmente adepto da tradição ou tradução. Podemos perceber ao analisarmos as atitudes da atualidade, uma junção do moderno (tradução) com o antigo (tradição).
Em uma sociedade onde nenhuma tecnologia nos surpreende buscamos conhecer e compreender os costumes passados. Descobrindo culturas antigas entendemos melhor o processo histórico por qual o mundo passou e voltamos a determinado tempo por meio das roupas, dos ídolos que fizeram sucesso, escritores que sofreram com censura e repressão, movimentos que surgiram em determinados contextos. É claro que não podemos reviver essas experiências, até porque não seria coerente querer voltar a um passado que lutou para que os dias atuais fossem melhores. Realmente, se tornou melhor, pois vivemos dias menos conturbados, não precisamos nos preocupar com a Segunda Guerra Mundial e muito menos com a Ditadura Militar.
Porém, a nostalgia persegue jovens que encontram glamour em épocas passadas. Entre muitas coisas que podemos sugar do passado vamos destacar algumas. Sabemos que a sociedade se baseia em signos que são internalizados por meio da cultura que o individuo está inserido e que são representados pela moda, artes plásticas, música, meios de comunicação, etc. Para explicar um pouco do que foi dito peguemos como exemplo o revivalismo na moda, que nos proporciona perceber como o retrô se instala nos estilos, muitas vezes como homenagem a algum fenômeno vivido em determinado tempo, por ser saudoso ou como forma de protesto. A moda surge de heranças culturais e é por isso que ela está sempre confrontando novo X antigo.
As heranças culturais reativam em nós emoções que intensificam a imaginação e interpretação do sujeito por meio de expressões artísticas. No inicio do século XIX o romantismo na França valorizava o passado, resumindo os séculos XIV, XV e XVI. Lutando contra o Classicismo que seguiam pensamentos e formas estéticas deixadas pelos gregos, os românticos passaram a tornar-se figuras da Idade Média com as moças vestidas com mangas bufantes e os homens de gibão, parecendo terem saído de livros de história. Podemos classificar esse movimento, então, de um grande Revival ou uma fuga para um mundo imaginário, já que os adeptos chegavam a parecer personagens encantados.
Porém, não basta apenas adotar um vestuário, deve-se também expressar-se através de atitudes. Pois, esses movimentos trabalham com uma concepção de mundo e a moda é apenas um elemento de representação. Alguns jovens no período romântico iam além de viver a nostalgia no imaginário e passavam a recitar poemas e se entregar a bebida em um grito melancólico contra a burguesia.
Talvez os românticos não tivessem destaque na época e hoje em dia seja debatido por fazer parte do passado. Pois, só agora podemos ver o impacto que o Romantismo causou, pois além de ter afetado todas as percepções representadas em movimentos sociais do século XIX, ainda influenciou os dadaístas e surrealistas, os existencialistas pós-guerra da Coréia, os darks e góticos da moda inglesa, sendo o maior exemplo revivalista.
Na atualidade as tribos urbanas resgatam o passado contextualizando as atitudes dentro das necessidades contemporâneas. Sua atitude está resgatando qual movimento passado?
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