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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O CONTO DE FADAS FEMININO

A representação da figura feminina produzida pela América nos anos 50 vem se arrastando até os dias atuais. Aquela campanha de mulher ideal que deveria manter-se sempre bem arrumada e conservar os afazeres domésticos em ordem (na época até mesmo as pin ups vestiram a camisa de dona de casa para estimularem as mulheres a voltarem das fabricas para a vida do lar) é o que vemos na atualidade. O sexo feminino não abriu mão do que havia conquistado, o lugar no mercado de trabalho. Porém se viu obrigada a conciliar a estética, a responsabilidade pela manutenção do lar e a carreira.
Devemos nos orgulhar das conquistas alcançadas, pois ao contrário seriamos infelizes, mas ainda não nos livramos de algumas algemas do passado. Para que possamos entender melhor como nossas conquistas e representações passadas caminham juntas vejamos os contos de fadas: ainda nos colocam e às vezes até nós nos vemos como uma “Cinderela”, muitas vezes passivas, românticas e desprotegidas a espera do que idealizamos, o príncipe perfeito.
A representação do amor para a mulher é diferente do que é para o homem, enquanto partimos do amor para o sexo os homens partem do sexo para o amor e assim passamos a colocar o amor em primeiro lugar em todos os contextos nos tornando vulneráveis, já o homem torna-se racional.
É inegável que a mulher é assombrada pela inferioridade que foi imposta a suportar durante os séculos. Mesmo que tenhamos conquistado espaço na sociedade acabamos por muitas vezes nos colocando como inferiores. Muitas mulheres ainda acreditam que devem ter um modelo de família perfeito aos olhos dos outros, pois se acontecer o contrário a vergonha será dela que foi incapaz de manter um lar paradigmático.
E porque o homem não detém pensamentos inferiores de si mesmo? Simples, porque ele nunca foi inferiorizado na história. O homem sempre foi visto como símbolo de poder, sem sofrer críticas e repressões, ao contrário da mulher que sempre foi excluída da sociedade, vista como mera reprodutora e mantida como uma espécie de governanta da própria casa.
Cabe as mulheres tomarem consciência de que não precisam ser o novo modelo da mulher elástica representada através da Sra. Incrível da Disney, tendo que dentro do manequim 38 tomar conta da casa, dos filhos, do marido e da vida profissional.
Como nem todas as mulheres têm super poderes algumas abrem mão da emancipação para se dedicar ao que acreditam ser dever delas: o lar. Não é nossa obrigação sermos cinderelas, nem mulheres incríveis. Seja você e não um paradigma.

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