"A NOSSA LINGUAGEM CRIA O MUNDO."

domingo, 21 de outubro de 2012

E COMO DIZEM POR AÍ: ... É A VIDA!


Mais uma vez ela acordou, tomou o seu café matinal e não teve vontade de fazer mais nada, quis voltar para o seu quarto e chorar até as lágrimas secarem. O seu desejo foi atendido e lá estava ela em seu quarto, sozinha, agoniada, angustiada, mas sem conseguir derramar nem uma lágrima. Da última vez ela havia chorado tanto que devia ter esgotado a sua reserva de água salgada.
Passou o dia ali e ninguém sentiu sua falta, se dormisse para sempre ninguém a procuraria. E o que ela poderia fazer para chamar a atenção? Ela não queria muito, não precisava que o mundo a visse, mas uma única pessoa, aquele que mesmo sendo todo errado, tornou-se certo no momento em que todos os seus pensamentos voltaram-se para ele.
Sentir não é nada bom. Você apenas sente e não controla. Você não pode obrigar ninguém a sentir o mesmo, não pode responsabilizar ninguém pelo seu sofrimento, nem a você mesmo. Ninguém sente porque quer e sim porque se envolve e quando viu já está perdido em um mundo em que gostar não é bom, porque é dorido, é cansativo e é solitário.
Ela não quis procurar ninguém para desabafar. Todos já estavam cansados de sempre ouvirem a mesma história, de sempre a verem se afogando em um mar de emoções e darem conselhos que de nada adiantavam. Ela também estava cansada de conselhos que não amenizavam em nada o seu sofrimento.
Amanhã ela teria que trabalhar, encarar aquela rotina banal, dar aquele sorriso vazio e depois voltar para casa, esperar a hora de dormir para finalmente descansar da realidade, tão vazia, tão incompreendida e tão incoerente.
Ela só queria dormir e sonhar com ele a abraçando como naquele dia. Aquele dia que poderia ter impulsionado outros dias felizes, mas só trouxe posteriores desilusões e um grande “sad end”.

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