E sempre rolam aqueles debates filosóficos,
existencialistas, reflexivos, não sei como você costuma chamar essas conversas
feitas de coração sobre o coração, eu costumo falar que estou verbalizando emoções.
Hoje não falávamos sobre aquele
menino abstrato que faz a gente parar e ficar ali até as pernas tremerem, mas que a gente não desiste de
entender. Pensavamos sobre nossas ações. Somos nossas ações. O triste é
pensar que os verbos dependem dos sujeitos e sujeitos são seres sociais.
Sou impulsiva e o que não poderia ser maior eu
intensifico, sim, também sou intensa. Em uma entrevista de emprego eu poderia citar
impulsividade e intensidade como qualidades, eu realmente, acho isso. Voltaria
para casa desempregada. Uma pessoa organizada e adaptável ocupa a tal vaga.
Me jogo no poço escuro e aprecio
o tombo como se fosse Alice na toca do coelho. Durante a queda,
encontro as consequências, a mente tem uma epifania ao contrário e por um momento penso que os
pés deveriam sentir o chão, na língua de muitos, ressaca moral.
Viver em uma cultura opressora faz
com que sejamos inimigos de nós mesmos, que a consciência sinta-se mal quando o
coração é o sujeito da ação (perdoem-me as rimas). Assim, caminhamos pelo gramado desviando de
qualquer buraco que desestabilize nosso corpo e mexa com a nossa cabeça.
Descobri que gosto da
instabilidade.
Fim da conversa e descobri que
falava daquele menino abstrato, que me deixa parada observando cada traço e que
me faz querer entender a arte, que no fundo é o que somos.
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