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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

MARIE ANTOINETTE


Quando nos deparamos com um filme de época sempre vemos um clima pesado, que cansa os olhos do espectador com um ambiente extremamente sombrio e pessoas muito diferentes de nós. Marie Antoinette, de Sofia Coppola, quebra todos os paradigmas de um filme de época, com uma rainha humanizada, figurino fascinante, fotografia belíssima e atuações encantadoras.
O enredo parte da biografia da última rainha da França, Maria Antonieta. A história que antecedeu a Revolução Francesa serve de fundo para que seja produzida uma grande obra de arte, por meio de um roteiro e uma direção de arte que fascinam o público.
Como citamos, Maria Antonieta é humanizada na obra, por meio de recursos que enriquecem o filme. Vejamos que o figurino é luxuoso e romântico, assim como o cenário que muitas vezes é complementado por doces coloridos e “fofos”. Os sapatos ganham destaque especial. A modernidade mais uma vez é sutilmente introduzida com um all-star em meio aos calçados reais.
O Castello de Versalhes proporciona uma fotografia perfeita, juntando-se ao figurino, criando um encanto feminino, sutil e encantador, fazendo que nossos olhos se apaixonem a cada cena por aquele universo aconchegante e sedutor.
A trilha sonora é constituída do bom e velho rock’n’ roll. O que desperta a atenção em um filme de época, aproximando a obra do público e ajudando o clima a não se tornar cansativo.
O romance vivido por Maria Antonieta e o rei ganha certa ternura pela inexperiência do casal e compreensão da rainha austríaca. Nesse contexto, Antonieta é completamente responsabilizada pela mãe por não conseguir ter relações sexuais com o marido. Pois, na época, o apetite sexual do marido fazia parte dos deveres a serem cumpridos pela mulher, isentando o homem da culpa.
A rainha nutria o gosto pelas artes, tanto que arriscava encenar algumas peças. No filme é demonstrada sua atuação e empolgação nas apresentações em que apreciava.                          
Também, referente à representação explicita da arte vemos o diálogo textual com quadros da família real. As obras são introduzidas nas cenas ganhando destaque exclusivo.
Ainda, sobre o ambiente em que a austríaca foi incorporada, observamos o preconceito e as fofocas que ocorriam, incansavelmente, na corte, principalmente, referente aos títulos que muitos compravam. Porém, não conseguiam comprar a aceitação da linhagem real. Maria Antonieta, nesse caso, se identificou com os franceses, já que também tinha esse pensamento, recusando-se a dirigir a palavra à amante de seu sogro, que teria sido uma dama (meretriz) no passado.
Podemos dizer que a personagem principal tem quatro momentos na obra. A primeira é a de reconhecimento e pureza. Em seguida, ela torna-se uma garota boemia, extrovertida e adultera. Na seqüência, passa a desenvolver o papel da mãe retirada no campo, que parece ter cansado do luxo e badalação se entregando ao simples da vida, sendo isso representado pelas suas roupas. E finalmente, a quarta face da rainha é vista quando ao lado do marido ela resolve enfrentar a revolução francesa até a derrota que os obriga a deixar o tão belo Versalhes.
Sofia Coppola consegue criar uma obra de arte doce e sedutora, tornando impossível o espectador não se apaixonar por todo encanto que usa como ponto de partida, para criar a tão empolgante história da França, que influenciou todo o mundo.

6 comentários:

  1. Ótimo texto Aline. Muitos não gostam deste filme, pelo fato de centrar numa Maria Antonieta diferente do que está nos livros. Realmente, Sofia queria humanizá-la, tanto que entrou na cabeça de Antonieta, tentando achar respostas para tudo o aquilo que se ouvia sobre a mesma.

    Acho-o filme super interessante além de ter imagens belíssimas. O colorido que o filme possui é encantador.

    Ótimo blog. Estou seguindo e linkando.
    Abs.

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  2. Roteiro e fotografia impecável, como vc disse o colorido é encantador. Uma verdadeira obra de arte.
    E sobre as pessoas que criticam o filme, acredito que não entendam a proposta de Sofia, que fascina os que compreendem.
    Muito obrigada :) Seu blog tbm é ótimo e estou seguindo.

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  3. O bom e velho Rock`n Roll? a senhora só pode estar de brincadeira, a trilha é completamente desanbientada, não faz o menor sentido, a trilha ideal seria com as suites de Jean- Philippe Rameau, principal compositor francês da época, cenários, ok, mas o roteiro fraco e a interpretação de uma Antoniette completamente fora de sintonia com a rainha francesa, torna o filme agrádavel somente para os incautos e sem cultura, o meu nível padrão de exigência é outro!

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  4. Nossas percepções são bem diferentes, o respeito é o que deve prevalecer.

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  5. Obviamente o anônimo acima não captou as intenções de Sofia Coppola. Tenho duas coisas a dizer:
    - A primeira é que um filme fala não só da época em que é retratado, mas da época em que foi produzido. Por isso, as adaptações de Sofia são compreensíveis e admiráveis.
    - Depois, já que você tem um padrão cultural tão alto, saiba que, como diziam nossas professorinhas do pré:"Depois de p e b vem sempre o m." Logo, o correto é "desambientada", caro anônimo "culto".

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  6. Anonimo acima, o correto é "antes de p e b vem o m..." , se for corrigir, leia algum livro de gramatica, ok!

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