O Discurso do Rei tem como protagonista o rei gago Albert Frederick Arthur George e sua superação, acarretada pela vontade de encontrar sua cura. Ele conta com muitos pontos a seu favor, como o apoio da esposa, as técnicas e incentivo do terapeuta da fala Lionel Logue, além do amor das filhas, incluindo a atual Rainha Elizabeth.

A atuação de Colin Firth é essencial para que o Rei seja humanizado na figura citada anteriormente. Seu olhar sempre melancólico demonstra toda a angústia sofrida pelo homem que precisa, justamente, mostrar-se superior e inatingível, já que se trata da figura que representa toda uma nação.
Logue, o terapeuta da fala, tem que conseguir chegar ao intimo do rei, fazê-lo confiar em si mesmo para que possa tratá-lo com êxito. Uma missão, difícil, pois George reluta em abrir sua vida pessoal, já que não se dá conta que sua limitação lingüística está dentro de seu mundo. Mundo este que deve ser reconhecido pelo seu próprio habitante. Assim, sendo possível arrumar todas as rachaduras deixadas por uma infância infeliz, longe de afeto e alegrias.
A amizade criada com o terapeuta contribuiu para sua cura. O rei que nunca tivera um amigo passa a ter alguém com quem pode desabafar seus traumas e, assim, deixá-los irem embora de seu ser.
Diante do drama vivido pelo personagem principal, temos muito humor, que surge nos diálogos entre o terapeuta e o rei, sempre desafiando a formalidade que deveria existir na figura real.
A Segunda Guerra Mundial tem grande papel na obra, já que a vontade do rei em discursar vem junto com a guerra. Vemos o rei assistindo a um discurso de Hitler e vendo seu inimigo dominar a linguagem se sente no dever de vencê-lo no que seria a sua maior fraqueza, o domínio da fala. Podendo simbolizar o sentimento de rivalidade que existia entre a Alemanha e a Inglaterra.
Ainda, no filme é presente a intertextualidade com o consagrado dramaturgo inglês William Shakespeare e suas obras. O terapeuta da fala, também, é um ator, em declínio, que nas horas vagas encena peças de Shakespeare e faz com que os filhos decorem todos os diálogos. Podemos relacionar isso com a época em que a Inglaterra adorava o autor e tinha como peça obrigatória, em casa, a obra do mesmo como uma espécie de livro sagrado.

Enfim, O Discurso do Rei trata-se de uma belíssima obra pertencente à sétima arte.
Direção burocrática e roteiro menos complexo e pouco ousado, mas a simplicidade da trama e a atuação de Colin Firth fizeram a diferença desse filme 'muito certinho' e muito agradável. Ótimo blog! Está favoritado! Abraços
ResponderExcluirAcredito que a simplicidade da obra tenha valorizado os personagens. Estou torcendo para que Rush leve o prêmio de melhor ator coadjuvante no Oscar.
ResponderExcluirObrigada por favoritar :D