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terça-feira, 28 de maio de 2013

A MENINA SEM QUALIDADES - PRIMEIROS CONTATOS


 
Sou uma grande admiradora de produções cinematográficas brasileiras, ao contrario de uma grande parcela da população que vê Cinema Nacional como um gênero, em que as únicas produções existentes são aquelas divulgadas pelo Vídeo Show ou no comercial da novela das nove.
 
Eu sou assim com a TV, não assisto tudo que produzem e digo que não gosto. Acho que eu estou mais certa do que o pessoal que não gosta de Cinema Brasileiro, cada um defendendo seu lado, não é?
 
Nos últimos tempos descobri que a MTV estava produzindo a série “A Menina Sem Qualidades”, confesso que me chamou a atenção porque parecia um teaser de filme para a tela grande (http://www.youtube.com/watch?v=ZeEqzEW7aYY). O cinema indo para a TV, será a salvação?
 
O fato é que fiquei instigada. Deu uma vontade de assistir TV. Decidi investigar, para descobrir se não estava caindo em uma armadilha. Descobri que se tratava de uma adaptação do romance alemão, Spieltrieb, da autora contemporânea Juli Zeh, que já ganhou uma versão cinematográfica na Alemanha, onde estreará em outubro deste ano e também uma versão teatral. E quem seria o responsável pela adaptação brasileira? Felipe Hirsch, cara do teatro e do cinema, já recusou trabalhos na TV por falta de liberdade criativa, aquele velho debate da indústria cultural. Tive contato com o seu trabalho no filme Insolação. Não entrou na lista “filmes para a minha vida”, mas foi possível ver que ali há potencial, existe arte, vida. Finalmente, é preciso conhecer os atores, Bianca Comparato, Rodrigo Pandolfo, que está no filme “Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida”, de Matheus Souza (aguardamos ansiosamente a estreia) e Javier Drolas, o protagonista do lindo filme argentino Medianeras.
 
Enfim, estava convencida de que a série me impressionaria. Aguardei a estreia e ontem sentei no sofá da sala. Com a possibilidade de escolher o que ver na internet, é dificil praticar esse "ritual".
 
 
PRIMEIRO EPISÓDIO

Aos quatro anos Ana perde o pai, é criada por uma mãe jovem, que se divide em cuidar da filha e viver os últimos tempos de juventude. A relação com o padrasto é boa, mas quando a mãe separe-se ele deixa o vinculo estabelecido socialmente com Ana.  

A primeira cena é a típica apresentação de primeiro dia de aula, em que o professor solicita que os alunos digam quem são. A adolescente, de dezesseis anos, questiona o professor, nos contesta, para ela há uma verdade absoluta, pois não há dois pontos possíveis para as mesmas coisas. Em tempos em que tudo é relativo e por isso fácil de descartar, qualquer um pode criar uma nova verdade quando convém.  

Domar X Educar

Ana busca e encontra conhecimento na leitura, mas segundo o diretor da escola, ela não está domada, ou seja, a educação ainda precisa manipular o seu conhecimento.  
 

A primeira desilusão amorosa acontece e a menina que contava as histórias que conhecia nos livros, para a namorada, deve aprender a ler histórias sem precisar contá-las a ninguém. A solidão é assim, viver histórias não compartilhadas. 
Os livros compartilham histórias com Ana. Ela ouve do professor que compreendendo certos livros compreenderá tudo. A leitora que já conheceu tantos livros, será capaz de compreender a si mesma?

 TRILHA SONORA

É como se a câmera dançasse com a trilha.

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