Algumas situações são inevitáveis, mesmo parecendo
bobeira. Apaixonar-se pode parecer uma tolice, perder o controle, o equilíbrio
e sair por aí dizendo e fazendo coisas completamente insanas, bregas e
imaturas.
Entregar o seu
mundo ao desconhecido, pensar que instantaneamente sua vida foi colorida por um
grande artista, quando na verdade é só um pseudo.
João pensou que ela fosse a pessoa certa, aquela que
ele faria feliz e que com isso seria feliz também. Era apenas ela que o
preocupava, ele passava os dias pensando em como faria a vida da garota valer a
pena ao seu lado.
Deu tudo errado, ela o traiu, foi embora e o deixou
em pedaços. Ela não quis ter consciência de que estava destruindo um
pouco de vida daquele homem, que viveu meses de ilusões.
Catarina não era a garota que parecia ser, realmente,
as aparências enganaram João, também, quem mandou não ouvir o velho ditado.
Passou meses caído em uma cama, levantava para sair
com os amigos, já que foram os únicos que deram força, brigaram, disseram “eu
falei”, “eu sabia que ela não prestava”, “eu te avisei”, mas permaneceram ao
seu lado. O emprego ele perdeu, pediu demissão, não suportava a rotina da ida e
vinda ao trabalho, olhando a estrada pela janela do ônibus, atormentado pelas
lembranças.
Um dia ela voltou, ele tinha um novo emprego (melhor
que o anterior), estudava, viajava e se divertia. Não tinha um novo amor, mas
em breve pretendia estar curado das feridas que ainda ardiam nos momentos de
solidão. Para Catarina estava tudo bem, quis conversar, contar sobre os novos
projetos e queria consolo, já que o namorado havia terminado, após saber de sua
“escapadinha”, em uma noite qualquer em que queria emoção.
João sentiu vontade de jogar toda a sua dignidade no
lixo, pega-lá em seus braços e abraça-lá forte. Ele não conseguiu, era como se sentisse toda a dor dos últimos meses. Quando olhava para ela, não sentia mais conforto, era um olhar falso, traiçoeiro.
Naquela noite Catarina morreu.
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