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domingo, 20 de março de 2011

O AMOR EM VERMELHO


Moulin Rouge além de ser um clássico cabaret do bairro boêmio de Paris, Montmartre, também é o cenário que dá vida ao romance do musical homônimo. O drama se dá por meio dos protagonistas Satine e Christian, que desenrola uma verdadeira tragédia ao tom de Shakespeare, pois vemos o patético (que leva a comédia), o amor, o sofrimento e a catarse, explicitamente, na obra, de modo elegante e sensível, exaltando a arte, a liberdade, a beleza, a verdade e acima de tudo o amor.
A história se passa há pouco mais de cem anos após a Revolução Francesa, e demonstra todo o clima artístico do movimento regado ao ambiente boêmio das noites da cidade luz, luz essa que é incrivelmente trabalhada pela direção de arte. Assim, também, todo o cenário é fascinante aos olhos do espectador, tornando-se impossível a descrição do mesmo por palavras.
A obra mostra o preconceito que os artistas da época sofriam. Podemos ver isso quando Christian lembra-se de seu pai reprovando o Moulin Rouge e tudo que o cercava. Também, percebemos que os próprios artistas se diminuíam diante da sociedade, quando o dono do cabaret diz a Satine que ela não poderia amar, pois a posição deles impedia o cultivo de tal sentimento.
É nos apresentado um universo de personagens sensíveis, que vivem pela arte, mesmo que isso possa sacrificá-los. É impossível não se sensibilizar com um amor que modifica, constrói e deixa marcas irreversíveis, amor pela arte, pelo próximo, pela boemia... Tudo isso no clima elegante de paixão, musica e teatro, que contribuem para a intensificação da obra.                                        
Mesmo diante dos obstáculos causados pelo homem o casal consegue ficar junto no ato final. Porém, a tuberculose consegue ser mais forte do que os sentimentos que são amargurados e até mesmo mortos pela doença de Satine.
Além do clima vibrante do “vermelho paixão”, ainda, podemos analisar a peça de teatro que é introduzida na obra a ponto da história vivida fora do palco tornar-se parte da que está sendo interpretada e vice-versa. Também, a intertextualidade, com a obra cinematográfica, “Os Homens Preferem as Loiras”, estrelado por Marilyn Monroe, na canção onde se diz que os diamantes são os melhores amigos das mulheres enriquece a obra. No entanto, a personagem percebe que a canção não condiz com os sentimentos que são maiores do que o dinheiro, que pode lhe trazer conforto, mas não lhe tornará a heroína de si mesma.
Assim, somos levados as profundas reflexões sobre o jogo do amor versus o jogo do poder. Além da introspecção mais importante, “como aprender a amar e ser amado?”. A arte existe para nos auxiliar a descobrir a resposta que, supostamente, seria simples, mas acaba tornando-se o mais complexo de todos os questionamentos que fazemos durante nossa existência.

FICHA TÉCNICA


Título original: (Moulin Rouge)

Lançamento: 2001 (EUA)

Direção: Bazmark Luhrmann

Atores: Ewan McGregor, Nicole Kidman, John Leguizamo, Jim Broadbent.

Duração: 126 min

Gênero: Musical

5 comentários:

  1. Bravo Aline! Eu simplesmente AMO Moulin Rouge, um dos meus musicais prediletos! Tudo no filme funciona direitinho. Adoro o fato de terem colocado uma trilha tão atual e com músicas conhecidas. Realmente, engrandece a obra!

    []s

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  2. Seus comentários são sempre ótimos, assim como o seu blog, agradeço pela presença e contribuição. Realmente a trilha é fabulosa, até não comentei sobre ela no post, mas concordo plenamente com vc. A obra é um conjunto de beleza e arte.

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  3. Amo esse filme, e seu post está a altura dele, muito bom. Aliás, o blog inteiro, parabéns.

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  4. Muito obrigada, Rodrigo. Espero continuar agradando os leitores.
    =*

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  5. Muito bom Aline, adorei, parabéns!!

    Bia Monteiro.

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