Vicky Cristina Barcelona é uma obra cinematográfica do consagrado Woody Allen, que após mudar-se para Paris passou a usar a Europa como cenário para os seus filmes, nesse caso a Espanha.

Enquanto, Cristina, faz da sua vida uma corrida interminável em busca da felicidade, Vicky, é totalmente passiva ao conceito da felicidade liquida. Ela não busca nada e sim planeja. Qualquer coisa que saia do controle do que foi previsto a deixa em pânico. É como se ela devesse ter o controle de tudo. Desse modo, ela chega a algum lugar. Porém, para ser feliz é necessário correr e não chegar.
As relações liquidas são focadas na obra. Ou seja, a vontade de consumir, absorver, devorar, ingerir e digerir até que a novidade acabe e inicie-se uma nova relação. Por exemplo, a sensação que Juan Antonio nos passa é de que ele desenvolve relações de bolso. Após separar-se de Maria Elena, mesmo dizendo que está apaixonado por Cristina, percebemos que ele cultiva as duas regras essências para a construção de uma relação liquida. A primeira é a de não se apaixonar. E a segunda que é manter o relacionamento do jeito que é, sem que tenha algum comando, conectando e se desconectando quando bem entender.
Um personagem que não tem grande função no enredo, mas desempenha um papel critico na obra, é o pai de Juan Antonio. O senhor é um poeta que acredita que nenhum escritor deveria ter suas palavras poluídas por outra língua, referindo-se a tradução (sabemos que esse recurso intertextual destrói a essência de qualquer poema). Também, o pai de Juan não expõe suas obras para o mundo, pois tem raiva do mesmo e, por isso, o priva da sua arte, como vingança.


Em síntese, todos os personagens sofrem com as angustias que acompanham a busca pela felicidade. Vicky, mesmo insatisfeita emocionalmente, sente a necessidade de ter tudo pré-estabelecido, ainda sabendo que isso não lhe fará feliz. Porém, o medo de arriscar é maior que a vontade de buscar a felicidade. Cristina vive inquieta com seus pensamentos sobre vida e amor. E, assim, os personagens vão se formando ao redor dessas duas amigas, que passam por provações que poderiam ter mudado suas vidas em uma viagem de verão para a Espanha, mas que o medo (no caso de Vicky) e a busca pela felicidade (no caso de Cristina) impediram.
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