Quando falamos em guerras e personagens que fizeram parte desses períodos sempre pensamos em homens, soldados e líderes (positivos e negativos), porém as mulheres ocuparam espaço determinante dentro desses conflitos mortais.
A Primeira Grande Guerra iniciou-se em 1914, englobando grande parte da Europa, consecutivamente, tomando proporções mundiais, sacrificando 10 milhões de vidas no tempo de quatro anos. Para que o país pudesse guerrear ele teria que estar economicamente bem estruturado e foram as mulheres que manteram as organizações internas dos países, movimentando a economia, ocupando cargos na época destinados aos homens. Desse modo, os países podiam assegurar a economia e fornecer mantimentos aos combatentes.
Temos na história a Segunda Guerra Mundial, ainda mais trágica e vergonhosa que a Primeira, pois em seis anos exterminou mais de 50 milhões de vidas. A mídia desempenhou um grande papel, pois a propaganda de que seria nobre servir a Pátria manipulou muitas mentes. Podemos dizer que esse período (1939-1945) foi a solidificação da manipulação da mídia que se propaga até a contemporaneidade.
O Brasil permaneceu neutro até 1942, acatando medidas adotadas por Getúlio Vargas. Ao sermos torpedeados pelos submarinos alemães em nossa própria costa litorânea, após o rompimento de relações diplomáticas com os países do Eixo, o governo brasileiro declarou guerra à Alemanha e à Itália contra o nazi-facismo.
E qual foi o papel da mulher na Segunda Guerra? Elas seguiram o exemplo das mulheres que viveram o período da Primeira Guerra e foram novamente trabalhar nas fábricas, atuando na organização interna do país, além de servirem como enfermeiras nos campos de atendimentos aos feridos. O Brasil enviou ao todo, para a luta, 25.334 voluntários, dos quais 73 eram mulheres enfermeiras do Exército e Aeronáutica. O número, proporcionalmente, pode parecer pouco, mas para a época foi um desafio para os padrões que apenas toleravam mulheres no magistério. As brasileiras passavam por um intensivo teste de seleção, que incluía um curso composto por três módulos: teoria, preparação física e instrução militar, agregando conhecimentos científicos, culturais, tecnológicos, militares e políticos, já que até então eram excluídas desses meios.
As enfermeiras brasileiras sofriam a discriminação vinda das norte-americanas, tinham dificuldades lingüísticas e tiveram que se adequar com o clima europeu, trocando o uniforme brasileiro pelo americano. Porém, isso foi apenas o inicio de um bombardeio físico e acima de tudo psicológico, já que sem descanso ou intervalos elas tinham que socorrer as vítimas que chegavam e moldavam o retrato da crueldade que a guerra construía.
Essas brasileiras que vivenciaram o sofrimento da Segunda Guerra foram as grandes responsáveis pela inserção das mulheres nas Forças Armadas do Brasil. Podemos dizer que depois da Guerra as mulheres não quiseram regredir e acreditaram que podiam ganhar direitos civis e políticos, já que puderam constatar que elas iam além da vida privada, podendo ocupar cargos que até então eram ocupados apenas por homens.
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