"A NOSSA LINGUAGEM CRIA O MUNDO."

domingo, 2 de junho de 2013

UM PONTO COLORIDO


 
            Saí sem histórias para contar, sem sentimentos para dar e sem visão para te ver. Era apenas rua e eu. Era a dança na pista e o movimento dos meus cabelos, que diziam que a cabeça queria voar, alcançar uma nuvem e deitar. As asas foram cortadas e não podia chegar ao céu.

            Falta espaço, o mundo tem muita gente. Estou enjoando de pessoas. Queria o mundo meu, nada para gostar, sem conhecer, sem precisar esquecer. Espaço para sonhar e deixar de lembrar (isso é só lamento).

            Lembrei dos meios de transportes, escolhi um balão, no meio das nuvens eu seria um ponto colorido para quem lembra de olhar para o ar, sempre tive a impressão de que o ar vem do céu, porque lá tem espaço e deve ser bom respirar longe de gente que te deixa sem ar.

            A música parou, suspirei, vi que permanecia rodeada de estranhos, frustrei-me, não era possível fugir da estranheza do mundo.

            Voltei para casa, dormi na cama que era fofa como deve ser uma nuvem em um quarto que era vazio como o céu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário