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sábado, 22 de junho de 2013

ANTI-HERÓI AMERICANO


“Só não deixe escapar das nossas mãos, os melhores momentos de um dia comum.” Isso é o que nos diz a banda curitibana, “Mordida”. A ideia de conviver com o comum da melhor maneira possível é o que nos motiva a viver, afinal, somos pessoas comuns, com vidas comuns.

American Splendor, adaptação cinematográfica da HQ autobiográfica de Harvey Pekar, narra a vida de mais um cara perdido no tédio da vida comum, que não sabe desenhar, mas decide escrever histórias para HQs, ilustradas por amigos.

A adaptação cinematográfica, que passeia entre o tom documentário e fictício, insere elementos da linguagem HQ, junto com todo o pessimismo e mau humor do personagem, que mesmo esforçando-se não consegue esconder sua simpatia.

O solitário protagonista tem o tipo de vida padrão, ele não se orgulha disso, reclama de continuar trabalhando em um hospital como arquivista e não conseguir viver apenas com a venda de suas HQs. Depois de casar-se com uma fã a vida não se transforma em um conto de fadas e ele se distrai colecionando e roteirizando gibis.

Reclamar é o primeiro passo para as possíveis melhorias. Pekar, não nega essa característica humana e faz isso muito bem. Ele frustra-se, mas vê as coisas comuns como parte de sua vida, sem as quais enlouqueceria, já que a vida não é só ter o nome na calçada da fama, é também ter uma casa com um belo quintal.  
 

FICHA TÉCNICA
 
 
Anti-herói americano
American Splendor
Direção: Shari Springer Berman, Robert Pulcini
Roteiro: Berman, Pulcini, Harvey Pekar (HQ)

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