Singularidades de uma Rapariga Loura é um filme português dirigido por Manoel de Oliveira e baseado no conto homônimo de Eça de Queirós. Como um conto ele narra a história em uma sentada, ou seja, em um tempo curto de aproximadamente 60 minutos.
A fotografia fascina com uma técnica impecável, que chama a atenção até mesmo dos mais desatentos, como por exemplo, o enquadramento da janela que expressa uma das singularidades da rapariga loura.
A obra inicia jogando-nos na cara a facilidade em relatarmos fatos de nossas vidas a estranhos, que não sendo nossos amigos e familiares não terão intimidade suficiente para nos julgar.
É desse modo que descobrimos o que ocorreu com Macário, um homem viajando em um trem que relata a uma estranha que viaja ao seu lado, ter dito suas idealizações amorosas frustradas.
Após se apaixonar pela menina da janela, Macário se esforça para aproximar-se de Luiza. Porém, como dissemos, ele se apaixona por alguém que via na janela, ambos em prédios separados por uma rua e como ele poderia conhecê-la? Uma metáfora ao que ocorre com as idealizações que fazemos antes mesmo de conhecermos realmente o ser amado, o abismo que separa o que gostaríamos que fosse e o que passamos a conhecer.
Lutando pelo amor idealizado, Macário, passa a se dedicar tanto a essa luta que nem sabe mais pelo o que realmente está lutando (por uma idealização). Quando ele vence e consegue a estabilidade de um amor sereno, passa a conhecer a noiva de verdade e na primeira decepção não suporta a realidade de conhecer a verdadeira menina fora da janela, não agüenta os problemas que Luiza leva consigo fora do quadro que ele havia pintado da amada.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Manoel de Oliveira
Elenco: Diogo Dória, Leonor Silveira, Júlia Buisel, Rogério Samora, Luís Miguel Cintra, Catarina Wallenstein, Ricardo Trêpa.
Estreia Mundial: 2009Estreia em Portugal: 30 de Abril de 2009
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