A imagem do corpo corresponde à representação do ser e do mundo, já que as imagens corporais produzem e sugerem sentimentos, crenças e valores culturais. A representação artística do corpo são modelos culturais de percepção. Desse modo, as pin ups foram representadas na sociedade, levando o mistério e o recato sensual ao fascínio erótico.
Apesar das pin ups terem surgido na Europa, no fim do século XIX, pelas mãos de Jules Cherét, as décadas de 30, 40 e 50 do século XX é que marcaram a percepção da sociedade referente a essas mulheres, que surgem em fotos que, nesse contexto, substitui a pintura. As modelos usavam roupas intimas, acessórios ou símbolos fálicos sem explicitar o sexo e banalizar o corpo. A opção pelas fotos sensuais não serem feitas com modelos nuas são o ponto forte da sensualidade das mulheres e da arte, já que dessa forma o observador passa a despir com os olhos. Assim, o limite do querer é justamente onde forma-se o prazer, ou seja, é no privilégio da imaginação que essas fotografias estimulam o olhar do observador.
Existe a fotografia em que a personagem encara o observador e aquela em que se deixa observar, em ambos os recursos artísticos pode-se verificar um jogo de provocações e um tom sensual na obra.
A arte sempre influencia uma sociedade e essas fotografias não foram diferentes, pois as pin ups tornaram-se referencia de estilo, de auto-afirmação e mistério da feminilidade, perpetuando-se até os dias atuais.
Em uma sociedade contemporânea, onde o corpo feminino já foi tão explorado e banalizado, há uma tentativa de resgatar o estilo erótico sensual regado a malicia e recato, criando-se releituras criativas e inovadoras.
As pin ups expressam a sensualidade pelo olhar e na pose que vão além das fotografias. As pin ups ganharam representações que podemos perceber no dia a dia, mulheres que adotam roupas, acessórios, maquiagens e posturas das modelos, primeiramente retratadas por Cherét, como a atriz Marilyn Monroe na década de 50 e atualmente a stripper Dita Von Teese.
Essa arte passa a ser explorada pelo comércio que passa a comercializar o estilo retrô, na moda, na publicidade e em outros meios capitalistas. Mas também a luta em reviver essa representação do erotismo feminina é um protesto contra os modelos estéticos impostos pela sociedade contemporânea.
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