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sábado, 17 de julho de 2010

SEMANA DE ARTE MODERNA


Em São Paulo, no ano de 1922, no Teatro Municipal, ocorreu a Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, com o objetivo de renovar o ambiente artístico e cultural da cidade, demonstrando o que estava sendo feito nas diversas áreas da arte da época, por meio de esculturas, pintura, arquitetura, música, literatura, etc. Grandes nomes estavam presentes, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral entre outros.
Em síntese podemos dizer que a Semana de 22 representou uma ebulição de novas idéias totalmente libertadas e nacionalista que buscavam uma identidade própria sobre uma forma de expressão totalmente livre.

PROGRAMAÇÃO:

No dia 13 de fevereiro, segunda-feira, foi a abertura oficial do evento e a Casa estava cheia. Espalhadas pelo saguão do Teatro Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. A conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da Arte Moderna", que deu início ao evento causou uma certa confusão,mas tudo transcorreu com certa calma neste dia.



O dia 15 de fevereiro, quarta-feira, ficou marcado pela palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos...) que se alternam e confundem com aplausos. O poema “Os Sapos” de Manoel Bandeira foi declamado por Ronald de Carvalho, pois Bandeira passava por uma crise de tuberculose e não pode comparecer. O poema criticando abertamente o parnasianismo e seus adeptos sofreu o repudio do público que fez coro atrapalhando a leitura e a noite acaba em algazarra.



No último dia da semana de Arte Moderna, dia 17 de fevereiro, sexta-feira, as apresentações musicais de Villa-Lobos, com participação de vários músicos foram tranquilas, até que Villa-Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo e o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado.

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