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segunda-feira, 6 de junho de 2011

ERA DOS ESTÚDIOS


A chegada de judeus nos Estados Unidos, em 1910, que se instalaram no subúrbio de Hollywood, no oeste de Los Angeles, impulsionou várias produtoras cinematográficas.
Do inicio da década de 20 ao fim dos anos 50 a Era dos Estúdios dominou a indústria do cinema. As produções eram dominadas pelas fábricas dos sonhos que comandavam desde a produção até a exibição dos filmes. O poder era tanto que os norte-americanos passaram a controlar o mundo cinematográfico, pois eram também donos de salas de exibição, inclusive no exterior.
Esse monopólio visava lucros, então, passou-se a pensar no custo-benefício da obra e não exatamente na arte. Eis, que surge o Código Hays para impor o conservadorismo puritano cultivado pelos americanos. Mesmo com o rompimento do Código na década de 60 os estadunidenses, ainda, não se acostumaram com a liberdade de expressão e o anti-consevadorismo da atualidade. Podemos observar clipes sendo censurados com freqüência, como o mais novo da cantora Rihana, “Man Down”, que mostra um estuprador sendo assassinado, censura influenciada pelo Código Hays.
Cada estúdio desenvolveu seu próprio estilo (dentro da limitação estabelecida pelo Código Hays). Vejamos algumas características dos maiores estúdios hollywoodianos:

• MGM: Liderado por Louis B. Mayer e Irving Thalberg, foi o mais glamouroso entre seus concorrentes. O estúdio especializou-se em filmes para a família, por exemplo, o filme “Cantando na Chuva” (1952). Orgulhosamente dizia ter mais estrelas do que o céu, que brilharam em produção como “Grande Hotel” (1932).

• PARAMOUNT: Adolph Zukor comandou o estúdio mais “europeu” de Hollywood, empregando muitos diretores estrangeiros. Uma das grandes produções cinematográficas da época foi “Crepúsculo dos Deuses” (1950).

• WARNER BROS: Jack Warner focou as produções de seu estúdio na Grande Depressão da classe trabalhadora, tanto na estética quanto no conteúdo. Em suas produções estão memoráveis filmes de gangsteres e dramas sociais. “Casablanca” é uma das inesquecíveis obras em que todos os elementos virtuosos são evidenciados.

• UNIVERSAL PICTURES: Filmes de terror foram marcados pela direção de Carl Laemmle.

• COLUMBIA: Estava entre os estúdios menores, mas liderado pelo tirano Harry Cohn e tendo Frank Capra na equipe conseguiu tornar-se uma grande concorrente na indústria cinematográfica. Capra foi o cineasta que mais exaltou os ideais norte-americanos, o otimismo que tentavam impor em uma sociedade pós-guerra, tentando a qualquer custo dizer a eles mesmos o quanto eram felizes.

• TWENTIETH CENTURY FOX: Fundado em 1935, foi um dos últimos grandes estúdios a surgir. A fortuna do estúdio se dá a produções de leves musicais (estrelado muitas vezes por Marilyn Monroe) e reconstituições da história recente dos Estados Unidos. 
Douglas Fairbanks, Mary Pickford, Charlie Chaplin e D.W. Griffith, insatisfeitos com a falta de liberdade artística dos estúdios, fundaram a United Artistis (UA). Ela atuava como patrocinadora e distribuidora de produtores independentes.
Marilyn Monroe também cansou dos estúdios, saiu de Hollywood e foi para Nova York, pois estava frustrada com os papeis que mostravam o estereótipo de loira burra sensual. Em 1956, ela lança sua própria produtora “Marilyn Monroe Productions”.
Assim, a Era dos Estúdios passava a ter seus dias contados, já que aqueles que faziam parte do negócio já não suportavam o monopólio estabelecido pelos estúdios, assim como o Código Hays que na década de 60 já não era respeitado por muitos, como Alfred Hitchcock, que ousava em suas obras.

3 comentários:

  1. Muito bacana o texto, ainda mais por frisar o ponto forte de cada estúdio. O Código Hays foi uma praga, mas mesmo assim surgiu muitas obras impactantes!

    []s

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  2. É mtos conseguiram driblar o código :D Como nossos compositores na ditadura.
    Obrigado pelos comentários :)

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