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sexta-feira, 24 de junho de 2011

A MENINA NO PAÍS DAS MARAVILHAS



A Menina no País das Maravilhas é um filme encantador, fascinante, introspectivo e apaixonante. Exagero? Apenas constatação de uma verdadeira obra-prima da sétima arte.
Entramos no mundo real e imaginário de Phoebe, uma menina sensível, madura, introspectiva, criativa e incompreendida. A menina sofre com os padrões da sociedade, ou melhor, os padrões de sua escola, que impedem que as regras sejam quebradas, essas que impedem qualquer questionamento dos alunos.
Ao fim da obra descobrimos junto com Phoebe e sua família que ela sofre de certo distúrbio que é responsável pela sua imaginação e ações incompreendidas, fazendo com que a garota sinta-se deslocada no mundo em que vive, buscando refúgio no país das maravilhas.
Não se trata de problemas infantis, mas sim de sentimentos universais, possíveis de serem identificados a qualquer idade: angústias, a própria cobrança em sermos perfeitos, os questionamentos que fazemos sobre nós mesmos e a típica pergunta que interfere em nossas vidas “Quem eu sou?”
Phoebe se sente diferente de todos e realmente é. Ela contexta suas atitudes, suas limitações e fantasias. Talvez não seja normal uma criança de nove anos passar por uma crise existencial. Mas isso na obra cria maior reflexão para o tema, já que os sentimentos perturbadores em uma criança tornam-se mais intensos e expressivos (até mesmo mais sinceros).
O menino que interpreta a rainha de copas na peça, também, desempenha o papel do “diferente” na sociedade. No entanto, ele e Phoebe são os que se destacam no mundo “normal” de todos.
Que fique claro que esse texto faz apenas a humilde tentativa de dar a leve idéia do que é “A menina no País das Maravilhas”, pois se trata de uma obra completa em sua proposta e que seria impossível analisar de maneira plausível nesse espaço.
O diálogo intertextual com Alice no País das Maravilhas é feito de maneira tão sublime e se encaixa tão bem ao texto que temos a sensação de que o mundo fantástico de Phoebe faz parte da realidade. E porque não faria? Naquele momento faz parte da realidade de Phoebe. A realidade pode sim ser subjetiva, já que o que eu vivo é real e a imaginação faz parte desse viver.
Uma obra mágica e reflexiva que fascina e perturba. Essa frase descreve muito bem o que sentimos ao observarmos o mundo de Phoebe, tão angustiante e incompreendido como os de muitos que buscam a essência da própria vida e que são excluídos da sociedade por quebrarem as “regras”.



FICHA TÉCNICA



Título original: (Phoebe in Wonderland)
Lançamento: 2008 (EUA)
Direção: Daniel Barnz
Atores: Felicity Huffman, Elle Fanning, Patricia Clarkson, Bill Pullman.
Duração: 96 min
Gênero: Drama

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