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domingo, 26 de junho de 2011

POTICHE: ESPOSA TROFÉU


“Potiche: Esposa Troféu” é uma comédia francesa de François Ozon, que faz uma belíssima adaptação homonima da famosa peça teatral francesa da década de 70.
Deparamos-nos com uma esposa troféu, que ajuda na composição da casa junto dos luxuosos móveis e eletrodomésticos. No entanto, após uma greve na fábrica de guarda-chuvas da família o marido fica doente e ela assume a direção.
A França de 1977 é representada pelas causas sociais que devem ser reivindicadas constantemente, os direitos das mulheres, dos operários, das vocações, a liberdade de expressão e a guerra entre os partidos de direita e esquerda.
Ozon usa de elementos da comédia screwball para romper a hipocrisia existente na sociedade, tanto dos anos 70 quanto da atualidade. Vemos que Suzanne molda uma imagem de boa esposa e mantenedora do lar, imagem essa que o prefeito de “esquerda”, homem com quem ela teve relações sexuais, acredita ser verdadeira. Mas em certo momento ela confessa ter tido relações com vários outros homens e ele não esconde sua frustração, mostrando-se machista, pois amava a imagem da esposa troféu e não a verdadeira Suzanne com qualidades e defeitos.
Então, Suzanne que no inicio é a vitima, esposa traída, que não pode ocupar nenhum lugar se não o ambiente do lar e também não tem o direito de se expressar a não ser se for para concordar com o marido, deixa a “máscara cair”. No entanto, essa expressão deve ser interpretada de modo positivo, já que percebemos que ela nunca foi tão ingênua e infeliz como pensavamos. Esse desmascaramento pode ser visto como o processo de transformação que as mulheres passaram durante épocas (passaram de donas do lar para donas do “próprio nariz”).
Sem perder a elegância, mantendo-se sempre feminina, Suzanne torna-se dona do poder e mesmo quando é retirada do controle da empresa dá a volta por cima e entra para a política, representando o avanço que as mulheres conquistaram na sociedade, até o lugar na política, vitoria tão importante para as feministas.
A secretária no inicio é representada como o típico estereótipo da "secretaria amante do chefe". Mas quando passa a trabalhar com Suzanne encontra na figura destemida e independente, conquistada pela patroa, um modelo para seguir, libertando-se do chefe-amante, assim como a “rival” libertou-se da tirania do marido.
Podemos dizer que “Potiche: Esposa Troféu” é uma grande obra nos dada de presente e que deve ser apreciada com muito vigor e vontade de perceber todas as criticas políticas que imergem a diegese, desde a positiva representação da mulher, passando pelo homossexualismo, o adultério, a submissão ao casamento, até a visão política, direita e esquerda que em certo momento se encontram.

FICHA TÉCNICA


Potiche: Esposa Troféu (Potiche) – 103 min
França – 2010
Direção e Roteiro: François Ozon
Elenco: Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Fabrice Luchini, Jêrémie Renier

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