“Só não deixe escapar das nossas mãos, os
melhores momentos de um dia comum.” Isso é o que nos diz a banda curitibana,
“Mordida”. A ideia de conviver com o comum da melhor maneira possível é o que
nos motiva a viver, afinal, somos pessoas comuns, com vidas comuns.
American
Splendor, adaptação cinematográfica da HQ autobiográfica de Harvey
Pekar, narra a vida de mais um cara perdido no tédio da vida comum, que não
sabe desenhar, mas decide escrever histórias para HQs, ilustradas
por amigos.
A adaptação
cinematográfica, que passeia entre o tom documentário e fictício, insere
elementos da linguagem HQ, junto com todo o pessimismo e mau humor do
personagem, que mesmo esforçando-se não consegue esconder sua simpatia.
O solitário
protagonista tem o tipo de vida padrão, ele não se orgulha disso, reclama de
continuar trabalhando em um hospital como arquivista e não conseguir viver
apenas com a venda de suas HQs. Depois de casar-se com uma fã a vida não se transforma
em um conto de fadas e ele se distrai colecionando e roteirizando gibis.
Reclamar é o
primeiro passo para as possíveis melhorias. Pekar, não nega essa característica
humana e faz isso muito bem. Ele frustra-se, mas vê as coisas comuns como
parte de sua vida, sem as quais enlouqueceria, já que a vida não é só ter o
nome na calçada da fama, é também ter uma casa com um belo quintal.
FICHA TÉCNICA
Anti-herói
americano
American
Splendor
Direção: Shari Springer Berman, Robert Pulcini
Roteiro: Berman, Pulcini, Harvey Pekar (HQ)
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