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domingo, 16 de junho de 2013

OLHAR DE CINEMA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURITIBA


Entre os dias 06 e 14/06 aconteceu a segunda edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O evento proporcionou exibições de filmes no Espaço Itaú de Cinema (Shopping Crystal) e na Cinemateca de Curitiba, com sessões de longas e curtas, além de oficinas, laboratórios, diálogos e seminários, por vários pontos da cidade.

As mostras que constituíram o evento foram: Competitiva Internacional de Curta Metragem, Competitiva Internacional de Longa Metragem, Competitiva Olhares Brasil de Curta Metragem, Competitiva Olhares Brasil de Longa Metragem, Foco Alemanha, Mirada Paranaense, Novos Olhares, Olhar Retrospectivo.

Dois filmes em análise fizeram parte do “Foco Alemanha”, selecionados pela Cinemateca da Alemanha para compor a mostra. Gespenster (Fantasmas, em português), do diretor Christian Petzold, teve sua estreia em 2005 e vem aos nossos olhos para dizer que tudo um dia sai da nossa visão e que o olhar solitário é que vaga por aí, desesperado por um foco, enxergar algo que motive uma paixão e uma busca, até que se torne uma procura tão cansativa, que seja melhor apenas fechar os olhos e seguir no escuro. Em síntese, um filme que trata de relações com início e fim.

Born In '45, dirigido por Jürgen Böttcher, foi financiado pelo partido socialista da Alemanha Oriental, em 1965, e censurado pelo mesmo que não se sentiu motivado pela exibição do filme, já que não reconheceu uma propaganda do governo. O filme foi exibido em 1990, quando Alfred e Lisa, são apresentados aos espectadores junto ao inevitável tédio de jovens sem motivações externas, que procuram no sentimento introspectivo a alegria da vida, entrando em crise consigo mesmo, muitas vezes responsabilizando tudo a sua volta, pelo o que de fato está dentro do individuo. O filme representa o tédio da sociedade pós-moderna que precisa se adaptar aos novos padrões de vida, com uma tranquilidade que entedia o ser inquieto, que vive em busca de uma emoção que nunca sentiu, por isso ao menos sabe se existe.

E para finalizar, devo falar do curta-metragem brasileiro “Menino do Cinco”, produção baiana, dirigido por Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira, que retrata questões raciais e de classes sociais, os personagens sem nomes são arquétipos. Focando no conflito entre classes percebemos semelhanças com o filme “O Som ao Redor” (Recife), que retrata a classe média presa atrás de grades de segurança. Ambos os filmes retratam o pesadelo da classe média de ser invadida por pobres. O menino do prédio é o burguês que vive no quinto andar, acima do menino que vive na praça (nível do chão). A história é motivada pelo cachorro tratado como mercadoria e que passa a representar a luta pelo poder entre as classes. O curta tem apenas personagens masculinos, sem uma mãe na narrativa, é possível afirmar que a ideia de pátria perdeu-se para o individualismo, onde quem tem mais, pode mais.  

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