Entre os dias 06 e 14/06 aconteceu a segunda
edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O evento
proporcionou exibições de filmes no Espaço Itaú de Cinema (Shopping Crystal) e
na Cinemateca de Curitiba, com sessões de longas e curtas, além de oficinas,
laboratórios, diálogos e seminários, por vários pontos da cidade.
As mostras que constituíram o evento foram: Competitiva
Internacional de Curta Metragem, Competitiva Internacional de Longa Metragem, Competitiva
Olhares Brasil de Curta Metragem, Competitiva Olhares Brasil de Longa Metragem,
Foco Alemanha, Mirada Paranaense, Novos Olhares, Olhar Retrospectivo.
Dois filmes em análise fizeram parte do “Foco
Alemanha”, selecionados pela Cinemateca da Alemanha para compor a mostra. Gespenster
(Fantasmas, em português), do diretor Christian Petzold, teve sua estreia em
2005 e vem aos nossos olhos para dizer que tudo um dia sai da nossa visão e que
o olhar solitário é que vaga por aí, desesperado por um foco, enxergar algo que
motive uma paixão e uma busca, até que se torne uma procura tão cansativa, que
seja melhor apenas fechar os olhos e seguir no escuro. Em síntese, um filme que
trata de relações com início e fim.
Born In '45, dirigido por Jürgen Böttcher, foi
financiado pelo partido socialista da Alemanha Oriental, em 1965, e censurado
pelo mesmo que não se sentiu motivado pela exibição do filme, já que não
reconheceu uma propaganda do governo. O filme foi exibido em 1990, quando
Alfred e Lisa, são apresentados aos espectadores junto ao inevitável tédio de
jovens sem motivações externas, que procuram no sentimento introspectivo a
alegria da vida, entrando em crise consigo mesmo, muitas vezes
responsabilizando tudo a sua volta, pelo o que de fato está dentro do
individuo. O filme representa o tédio da sociedade pós-moderna que precisa se
adaptar aos novos padrões de vida, com uma tranquilidade que entedia o ser
inquieto, que vive em busca de uma emoção que nunca sentiu, por isso ao menos sabe
se existe.
E para finalizar, devo falar do curta-metragem
brasileiro “Menino do Cinco”, produção baiana, dirigido por Marcelo Matos de
Oliveira e Wallace Nogueira, que retrata questões raciais e de classes sociais,
os personagens sem nomes são arquétipos. Focando no conflito entre classes
percebemos semelhanças com o filme “O Som ao Redor” (Recife), que retrata a
classe média presa atrás de grades de segurança. Ambos os filmes retratam o
pesadelo da classe média de ser invadida por pobres. O menino do prédio é o
burguês que vive no quinto andar, acima do menino que vive na praça (nível do
chão). A história é motivada pelo cachorro tratado como mercadoria e que passa
a representar a luta pelo poder entre as classes. O curta tem apenas
personagens masculinos, sem uma mãe
na narrativa, é possível afirmar que a ideia de pátria perdeu-se para o
individualismo, onde quem tem mais, pode mais.
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