Saí sem histórias para contar, sem
sentimentos para dar e sem visão para te ver. Era apenas rua e eu. Era a dança
na pista e o movimento dos meus cabelos, que diziam que a cabeça queria voar,
alcançar uma nuvem e deitar. As asas foram cortadas e não podia chegar ao céu.
Falta espaço, o mundo tem muita
gente. Estou enjoando de pessoas. Queria o mundo meu, nada para gostar, sem
conhecer, sem precisar esquecer. Espaço para sonhar e deixar de lembrar (isso é
só lamento).
Lembrei dos meios de transportes, escolhi
um balão, no meio das nuvens eu seria um ponto colorido para quem lembra de
olhar para o ar, sempre tive a impressão de que o ar vem do céu, porque lá tem
espaço e deve ser bom respirar longe de gente que te deixa sem ar.
A música parou, suspirei, vi que
permanecia rodeada de estranhos, frustrei-me, não era possível fugir da
estranheza do mundo.
Voltei para casa, dormi na cama que
era fofa como deve ser uma nuvem em um quarto que era vazio como o céu.
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