Com texto de João Falcão, Uma Noite
na Lua, teve a sua primeira montagem em 1998. Agora é a vez de Gregório
Duvivier interpretar o monólogo antes interpretado por Marco Nanini.
Diferente da primeira montagem, que
contava com cenário e efeitos especiais, agora há apenas um homem no palco
(mas não é qualquer homem no palco, é Gregório Duvivier) e uma iluminação que
acompanha o personagem em seus devaneios. Acompanhamos um fluxo de pensamentos,
que passeiam pela angústia do amor que se foi e a vontade de escrever uma peça ‘para
impressionar a amada que já não o ama’.
O ator que vem ganhando prêmios por
sua atuação, que emociona e diverte na sintonia certa, dá vida tanto ao seu
personagem quanto a Berenice, que se torna teoria e prática na vida desse homem,
que pensa Berenice todo o tempo em que pensa em pensar sobre a peça, que nunca
sai da premissa metalinguística, um homem, em cima do palco, pensando.
Preocupado com o que Berenice vai
achar da peça, se ela vai encontrar um sentido, se a peça não terá sentido, mas
que ela dirá que é boa, com medo de não ter entendido o sentido e sentir-se
burra, se ela vai perceber que a peça fala sobre ela, se ele irá chama-la de
presunçosa por isso ou apenas se ele conseguirá escrever a peça em uma noite,
os pensamentos do personagem são dominados por Berenice que não deixa que ele
siga em frente ou, se vocês preferirem, escreva a peça.
Uma Noite na Lua, trata da
influência dos nossos sentimentos no processo criativo, de modo saudável ou
patológico todo mundo amou/ama e quer expressar suas angustias por meio de uma sms, um
cartão, um poema, uma música e por que não uma peça de teatro? O personagem
quer escrever uma peça para Berenice, que ela goste e perceba como vale a pena
voltar, pois ele é digno do seu amor.
Enfim, vale a pena cada segundo de
Gregório pensando em cima do palco.
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