Que isso fique
comigo, ninguém sabe o que, não imaginam, mas com isso eu faço guerra e paz.
Isso é amor, é um ô-ô-ô-ô, um zum-zum-zuuum, que me deixa em silêncio para
ouvir o barulho e inquieta quando quero silenciar.
Tudo fica comigo
e no supermercado penso que ficaria entre nós, escolher as frutas para a
semana, a marca do leite em promoção com aquela vaquinha simpática na
embalagem, o pote de sorvete de flocos, refrigerante para mim e chá para você,
só para mantermos a individualidade.
Aqui comigo eu
insinuo o prazer entre nós, a simplicidade de dar boa noite e ganhar bom dia.
Trocaria a realização de um sonho antigo, por um(a) boa noite todos os dias.
Trocaria aquela viagem à Europa para ir ao interior do Estado.
Aqui comigo
estou ficando velha e sonhando com o antigo idealismo romântico, uma casa, um
jardim e algumas fotografias para alegrar as nossas paredes com recordações
de dias felizes. Está difícil encontrar a vida tranquila, quietinhos, falando baixinho,
sem mimimi, embaixo da coberta que tem o seu perfume em você.
Entre nós você
sempre me convence a brincar de esconde-esconde. Preferia sentar na calçada e contar
pedrinhas, comendo jujubas. Você não gosta das vermelhas, mas eu comeria e deixaria
todas as outras cores para você. Eu te mimo contando até ter certeza que você
teve tempo suficiente para se esconder. Vou te procurar nos mesmos lugares que
um dia te encontrei, sei que adora repetir algumas coisas.
Aqui comigo eu
fico com o que restou de mim, a outra parte ficou guardada com as nossas
travessuras, pecados de ingênuos adultos, improvisados, previsíveis, lembranças
entre um cochilo e outro, com sonhos carinhosos sobre nós aqui, escritos com a doçura
de quem lembra... e gosta!
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