"A NOSSA LINGUAGEM CRIA O MUNDO."

domingo, 6 de março de 2011

NOUVELLE VAGUE


 

Alexandre Astruc, em 1948, disse ao mundo que o cinema não era apenas um entretenimento, mas uma expressão de pensamento. Ou seja, o cineasta é um escritor, que usa no lugar da caneta a câmera.
Na década de 50 novas tecnologias no ramo cinematográfico contribuíram para o aprimoramento das produções. Porém, muitos cineastas foram limitados, já que o custo dos novos equipamentos era muito alto. Para que pudessem concorrer com a alta indústria tiveram que sair nas ruas, contratar atores não profissionais ou desconhecidos e passaram a ter como tema de suas obras a vida cotidiana. E foi nesse contexto que surgiu a Nouvelle Vague, caracterizada no improviso e espontaneidade das obras.
Em 1959, a expressão Nouvelle Vague foi usada pela primeira vez no Festival de Cannes. Embora, Jean Douchet diga que o termo tenha surgido em 1956, juntamente, com o curta-metragem dirigido por Jacques Rivette, entitulado de Coup du Berger. Jean Douchet, também, considerou o curta, Une Histoire d’Eau, 1957, dirigido por Truffaut, a obra que mais explorou a NV.
No entanto, a Nouvelle Vague, logo começou a perder força na sétima arte, devida a propaganda da mídia que começou a divulgar o movimento como uma linguagem intelectual e chata. Podemos dizer que o testamento da NV encontra-se na obra Paris Vu par..., produzida na primeira produtora independente francesa, de Barbet Schroeder. Pois Shroeder tinha o desejo de criar grandes obras cinematográficas e via a arte de produzir filmes atrelada a de aprender a fazê-los.
Esse período do cinema ofereceu à sétima arte grande riqueza cultural, constituída pela arte moderna, pela descontinuidade, incorporação do acaso e da realidade documental, valorização da montagem, e pela estética fragmentada. E assim, os jovens turcos, amadurecidos no clima da Guerra-Fria, massificados e rodeados de publicidade influenciaram a esfera do cinema, ultrapassando os limites da França, chegando à Bertolucci e Pasolini, na Itália, Roman Polanski, na Polônia, Glauber Rocha, no Brasil, tendo ainda, como filho temporão, Wenders, Fassbinder e Herzog, na Alemanha.

2 comentários:

  1. Conheço pouco da Nouvelle Vague. Esses dias, fiquei super feliz em ter conseguido baixar "Jules e Jim", mas para o meu desgosto, os players por algum motivo não exibia a imagem do filme... Apenas o som.

    Mas, quero conhecer os filmes do movimento e estou tentando achar os DVD's!!

    []s

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  2. Dá para comprar Jules e Jim pela internet na Saraiva.

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