Inicialmente, temos a representação de garotas que resumem suas vidas às aulas de postura, dança, gastronomia e algumas brincadeiras infantis, como o bambolê. Porém, existem sonhos, que são confundidos pelo deslumbre e que são praticamente perdidos por ilusões. É assim que se constitui a história da obra cinematográfica “Educação”, adaptação de uma obra literária autobiográfica.
Jenny é uma garota que vive na conservadora Inglaterra do inicio da década de 60, que sonha com a liberdade francesa, por meio do movimento beatniks (rebeldes que protestavam contra os impactos da Segunda Guerra Mundial). Constatamos que ela deseja participar do movimento quando diz que depois da universidade se tornará francesa, irá para Paris, vai fumar e se vestir de preto. Porém, a jovem se contradiz em querer tanto fazer parte desse grupo, mas não seguir a ideologia, deixando-se influenciar, por exemplo, pelo preconceito contra os negros e exaltação do materialismo, seduzindo-se pelo glamour que David lhe apresentava.
Ingressar na universidade significa libertar-se do autoritarismo imposto pelo contexto em que vive. Mas quando David aparece em sua vida ela percebe que poderia ler e ouvir o que quisesse, olhar os quadros, assistir filmes franceses e conversar com pessoas que lhe trariam novos conhecimentos por um caminho contrário ao da universidade, que até então era a sua única saída.
Vemos uma cena em que se exalta o existencialismo, filosofia esta que considera o homem mestre dos seus próprios atos e destino. Tudo que Jenny almeja. Diante de tudo isso, percebemos que a jovem é uma intelectual, que adora arte, filosofia e movimentos culturais. Mais um exemplo é a adoração pelos pré-rafaelistas e pelo violoncelo. Mas, tudo isso vai se perdendo na medida em que se prende a um homem, imaginando estar se libertando.
Vemos uma cena em que se exalta o existencialismo, filosofia esta que considera o homem mestre dos seus próprios atos e destino. Tudo que Jenny almeja. Diante de tudo isso, percebemos que a jovem é uma intelectual, que adora arte, filosofia e movimentos culturais. Mais um exemplo é a adoração pelos pré-rafaelistas e pelo violoncelo. Mas, tudo isso vai se perdendo na medida em que se prende a um homem, imaginando estar se libertando.
As criticas que Jenny faz ao país são gritantes. Sua revolta aos padrões vitorianos faz com que ela veja apenas beleza na França e sua capital. Um dos diálogos em que ela critica o país inglês e também resume o talento de viver é no seguinte discurso: “Ação é caráter. (...) se nunca fizermos nada, nunca seremos alguém. (...) Às vezes penso que nunca ninguém fez nada neste país bobo além de você”. Existe outra passagem que critica a vida vitoriana, quando uma de suas amigas ao se referir sobre o fato de Jenny e David ainda não terem mantido relações sexuais diz que eles têm pensamento vitoriano em relação ao sexo, censurando os ideais puritanos.
Outra ilustração sobre o pensamento inglês surge em relação ao preconceito com os judeus, vestígios da Segunda Guerra Mundial. Uma das passagens que representa esse aspecto é quando em uma discussão entre Jenny e a diretora, a superior culpa os judeus de terem matado o Senhor e a garota retruca dizendo que o Senhor era judeu, ganhando a discussão.
O debate com a diretora se prolonga e é nesse momento que, realmente, temos a ampla percepção do que Jenny busca em David, a fuga do seu destino, que ela visualiza em suas professoras, elas estudaram, enfim foram para a universidade e voltaram para o mesmo lugar que tanto se esforçaram para sair. O discurso em que diz, “Estudar é difícil e chato. Ensinar é difícil e chato”, representa o ciclo que a faz sentir pânico de percorrer. Então, ela se dá duas alternativas, fazer algo difícil e chato ou se casar com um judeu, ir para Paris e Roma, ouvir jazz, ler, comer uma boa comida em restaurantes agradáveis e se divertir.
Diante da obra em questão podemos fazer muitas análises, principalmente, histórico – sócio – cultural: a situação da mulher, como as poucas opções de trabalho; os londrinos, franceses, judeus e até mesmo russos em um mesmo contexto, porém de lados opostos; a construção do autoritarismo; o interesse e conforto financeiro; os interesses familiares em fazer um “bom casamento”; a pedofilia que na época não era debatida, etc. No entanto, este é um breve resumo do que se pode esperar da obra “Educação”, que é rica em seu roteiro, tem uma linda produção de arte e um elenco plausível.
O debate com a diretora se prolonga e é nesse momento que, realmente, temos a ampla percepção do que Jenny busca em David, a fuga do seu destino, que ela visualiza em suas professoras, elas estudaram, enfim foram para a universidade e voltaram para o mesmo lugar que tanto se esforçaram para sair. O discurso em que diz, “Estudar é difícil e chato. Ensinar é difícil e chato”, representa o ciclo que a faz sentir pânico de percorrer. Então, ela se dá duas alternativas, fazer algo difícil e chato ou se casar com um judeu, ir para Paris e Roma, ouvir jazz, ler, comer uma boa comida em restaurantes agradáveis e se divertir.
Diante da obra em questão podemos fazer muitas análises, principalmente, histórico – sócio – cultural: a situação da mulher, como as poucas opções de trabalho; os londrinos, franceses, judeus e até mesmo russos em um mesmo contexto, porém de lados opostos; a construção do autoritarismo; o interesse e conforto financeiro; os interesses familiares em fazer um “bom casamento”; a pedofilia que na época não era debatida, etc. No entanto, este é um breve resumo do que se pode esperar da obra “Educação”, que é rica em seu roteiro, tem uma linda produção de arte e um elenco plausível.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Lone Scherfig
Elenco: Carey Mulligan, Olivia Williams, Alfred Molina, Cara Seymour, William Melling, Connor Catchpole, Matthew Beard, Peter Sarsgaard.
Produção: Finola Dwyer, Amanda Posey
Roteiro: Lynn Barber, Nick Hornby
Fotografia: John de Borman
Duração: 100 min.
Ano: 2009
País: Reino Unido
Gênero: Drama
Distribuidora: Sony Pictures
Excelente crítica. O debate que "Educação" levanta é bacana e mesmo sendo simples é bem eficaz. impressionante as poucas opções da mulher naquela época. Ainda bem que este panorama está melhorando, não é? rs
ResponderExcluirAdoro o filme pelo roteiro, atuações e a linda fotografia que o filme contém; Adoro aqueles créditos iniciais, hihihih
[]s
Penso que o filme proporciona grande estudo histórico sob diversas percepções. O papel da mulher é o aspecto mais gritante na obra, como ser "alguém" em uma epoca que limita tanto as escolhas?
ResponderExcluirMais uma vez agradeço a contribuição.
=*
Lindo filme. Carey Mulligan está ótima, e como pude perceber em Não Me Abandone Jamais, é realmente uma boa atriz (apenas um longa ainda me deixava com dúvidas). Não percebi alguma críticas que citou no texto, até me deu vontade de rever. Beijos.
ResponderExcluirAline? Cadê tu? Apareça guria. Saudade de lê-la, rs Enfim, espero que esteja tudo bem. Abs :D
ResponderExcluirA pedidos eu resurgi HAHAHA
ResponderExcluirEstava colocando algumas ideias em ordem e estudando um pouco. Mas acabo de postar um pouco de teoria bem bacana para nós cinéfilos. Se puderem leiam, afinal informações são sempre boas de serem relembradas e cada vez mais fixadas em nossa memória.
Obrigada, pelos comentários.
Alan, obrigada por notar minha ausencia hahaha.
=*