A famosa fábula dos irmãos Grimm, Chapeuzinho Vermelho, ganha mais uma obra intertextual, A Garota da Capa Vermelha. A obra já ganha “pré-conceitos” do público, por ter como Diretora Catherine Hardwicke, a mesma que dirigiu o primeiro filme da série Crepúsculo. Mas ressalto que devemos dar uma chance à produção, que tem todo um conjunto a ser analisado, atores, fotografia, direção de arte, edição, intertextualidade, etc.
O ponto forte da história é conseguir prender o espectador no seguinte questionamento: “Quem é o lobisomem?” Alguém da vila, o vizinho, a esposa, o filho, a vovó... Será que algum ente querido terá que ser sacrificado? Será que algum dos personagens por qual criamos afeição será morto no fim da obra? Algumas pistas nos são dadas para que possamos tirar nossas conclusões, ou ainda, nos deixar com muitas duvidas, nos levando a desconfiar de todos, assim como os moradores da vila.
Para que o lobisomem seja encontrado inicia-se uma verdadeira inquisição, com direito aos mesmos julgamentos, até mesmo a “Chapeuzinho Vermelho” é apontado como bruxa e sofre os castigos impostos, apenas não é queimada, mas o fogo surge de outra forma remetendo a atrocidade cometida com as mulheres na inquisição.
Como não poderia faltar na clássica narração hollywoodiana, existe o romance. Valerie (a garota da capa vermelha) é apaixonada pelo lenhador, mas está prometida a um rapaz rico, cujo sua irmã (assassinada pelo lobisomem) era apaixonada. Porém, o rapaz rico não é uma figura esnobe ou qualquer coisa que nos dê o direito de desprezá-lo na obra, conseguindo a simpatia do público.
A Chapeuzinho Vermelho ingênua dá lugar a uma garota corajosa e sensual. Até porque uma personagem no padrão dos irmãos Grimm, nos dias atuais, não causaria identificação no público feminino levando a obra ao fracasso. A personagem feminina obediente e omissa dá espaço a forte personalidade de mulheres decididas e independentes, apontadas pela inquisição como bruxas na tentativa de calar as mulheres que lutavam por uma sociedade longe da ditadura imposta pela igreja.
Desse modo, A Garota da Capa Vermelha ganha a antipatia de muitos (aqueles que apreciam apenas vídeo arte), mas a simpatia daqueles que conseguem ter um olhar diferenciado e apontar elementos positivos de uma narrativa clássica.
FICHA TÉCNICA
Título no Brasil: A Garota da Capa Vermelha
Título Original: Red Riding Hood
Gênero: Suspense
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento: 2011
Estréia no Brasil: 22/04/2011
Estúdio/Distrib.: Warner Bros.
Direção: Catherine Hardwicke
O filme ainda não estreiou aqui na minha cidade. Estou na espera e super ansioso para conferir o resultado :D
ResponderExcluirEm qual cidade vc mora? Espero que estreie logo, tbm estava ansiosa :)
ResponderExcluir... Araraquara, interior de SP. É, acho que nesta semana por agora deve chegar :P
ResponderExcluirQuero assistir, gosto de versões sombrias de contos infantis.
ResponderExcluirhttp://cinelupinha.blogspot.com/
dae, Alan, já estreiou A Garota da Capa Vermelha em Araraquara?
ResponderExcluirÉ uma versão sombria com suspense e confesso com um toque de comédia tbm... Vale a pena conferir, Rafael.
ResponderExcluirnão vi comédia no filme, concordo com versão sombria e o suspense é bem legal!
ResponderExcluirna verdade essa estoria tem ligacao com as antigas estorias que geraram o conto que os irmaos grimm adaptaram. É uma mesclagem dessas estorias. muito bom.
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