Busquei em todas as minhas
referências, o que eu sabia, nas ciências e até nas lendas curitibanas. Ele não
existia. Havia desconstruído o meu olhar, não nos identificávamos. Tinha olhos
grandes, eram verdes, mas quase não se via, havia muita água.
Perguntei seu nome, disse que não
importava, não queria semantizar nosso contato. Perguntei se queria conversar,
achava inútil. Eu queria respostas, queria entende-lo e encontrar seu lugar no
mundo, eu saberia qual era o lugar em que nunca estive.
Ele não me disse nada, teria que
pesquisar. O Google me deu algumas imagens semelhantes, sempre faltava alguma
coisa, faltava a corcunda, faltavam os dedos nervosos e faltava a necessidade de
vida. Os livros descreviam seres mitológicos que até lembravam, mas nunca
teriam o encanto de tornar-se real em meu mundo.
Desisti de saber como ele era e
conclui o que ele se tornou no lugar em que vivia em mim.
Instruções para amar
Encontre a pessoa certa, aquela que
você acha que é certa e todo mundo vai achar que é errada, mas o que importa é
a sua opinião.
Tenha momentos felizes, leve a pessoa
certa a todos os seus lugares favoritos, quando a pessoa certa terminar com você,
seus lugares favoritos vão ser os lugares mais tristes sem a pessoa certa.
Conte tudo para a pessoa certa, ouça
tudo que ela tem a dizer. Quando estiver sem ela escreva todas as histórias que
não deram certo, ouça a música que mais poderia ter dado certo como trilha
sonora do seu romance que deu errado e morra de amor, só para perceber que a
pessoa certa sempre foi errada.
Incríveis (concordam
comigo)
Insuportáveis (não
concordam comigo)
Outras (nunca
falei com elas)
Eu (insuportável).
Exercícios elaborados
na Minioficina de Criação Literária, ministrada por Monica Berger, na Semana
Curitiba Lê.
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