Eu não queria casar, a sua indireta
me arrepiou, depois não sei se gostei ou me acostumei com a ideia. Quando, só
por curiosidade, procurava vestidos brancos no Google você disse que queria casar com
outra pessoa. Eu quis morrer, quis matar, não fiz nada. Deixei o chocolate ao
lado do computador e comecei a compor músicas sobre você, que eu fingia ser
música de vanguarda, usei e inventei metáforas para sempre falar do pé na
bunda.
Quando desisti dessa história de
compositora você voltou, pediu desculpas e eu nem deixei você terminar, já
estava chegando na sua casa. Você pegou seu coração na geladeira. Naquela noite
quebramos o gelo e pela manhã você disse que era melhor colocar de novo no
freezer, que ia acabar estragando por aí.
Mais uma vez eu me meti na mesma
situação, dessa vez resolvi pintar algumas telas abstratas. Não tinha mais
parede para os quadros, procurei os muros e sempre era vista pelas calçadas, viam
que estava perdida e me davam informações, eu sabia qual era o caminho certo
que não podia voltar.
Quando voltei para casa e liguei a
TV, você me ligou, eu tinha tirado você de mim e me sentia vazia, aceitei o
convite para comer uma lasanha, cheguei na sua casa e só tinha coca-cola,
tomamos em uma taça, seus amigos chegaram e você me escondeu na geladeira, fiz
amizade com o pote de sorvete, ele é bonito e enquanto não acaba deixa a gente
feliz.
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