Eu gostei de você e se você voltasse
eu ainda iria gostar, mas no meio disso tudo eu não gosto nem um pouco. Essa
coisa de remendar o coração triturado é mais difícil do que andar de bicicleta,
eu nunca consegui andar de bicicleta, vai ser difícil costurar o coração,
também não tenho jeito com artesanato e as espetadas da agulha vão lembrar que
dói.
Eu lembro quando gostei de você pela
primeira vez, eu já tinha te visto antes, mas de boca fechada e assim você é
comum, diria que até sem graça, mas seu papo furado cola.
Eu fiquei confusa desde quando
comecei a gostar de você e não sei quando vou dizer que não gostei de você pela
primeira vez. Eu acho que logo, se você não aparecer naquele deslugar e me
chamar para uma conversa, eu sempre caio na sua lábia, todo mundo sabe que o
seu papo convence, mesmo sendo furado.
Sei lá se a gente se vê, mas de
tanto desgosto e vou acabar dizendo que não gosto mais do seu corpo magro e
esquisito que segura uma cabeça estranha, pequena e grande ao mesmo tempo, eu
nunca consegui definir.
(Está esquisito, não importa mais se
eu gosto ou desgosto, tornou-se falta de assunto, falta de temática literária,
sem nada melhor para criar eu recrio você nas páginas que precisam
voltar a conhecer novas histórias, isso quando eu não gostar mais de você.)
(...)
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