"A NOSSA LINGUAGEM CRIA O MUNDO."

segunda-feira, 2 de maio de 2011

EM BUSCA DE UMA NOVA CHANCE



Geralmente os títulos de filmes traduzidos para o português ganham adaptações vergonhosas, pouco criativas, clichês e sem dizer muito sobre o que estamos prestes a assistir. Porém, "The Greatest" ganhou um título que resume muito bem o enredo do filme. “Em Busca de Uma Nova Chance” é o nome que os brasileiros lêem ao se depararem com o cartaz do filme ou com a embalagem do DVD.
Mas porque dizer que a escolha foi bem sucedida se parece um tanto previsível um título que sugere superação? Poderíamos dizer que foi uma boa sacada da indústria, já que esse é um tema que atrai o público. A diferença é que isso realmente acontece na diegese (diferente de títulos que não refletem a obra). Os personagens sofrem pelo mesmo motivo, porém, cada um a sua maneira e também encontram a superação no meio desse caminho.
Todos choram pela morte de um amado garoto. Seu irmão mesmo diz, que todas queriam namorar com ele, até mesmo a própria mãe deveria desejar isso algumas vezes, deixando claro o carisma do rapaz que perdeu a vida tão cedo.
Ainda, falando do irmão do garoto morto, ele é um típico filho esquecido pela mãe, que escolhe o seu preferido e não esconde. Talvez tenha escolhido errado, já que terá que aprender a amar o filho vivo, ou seja, dar valor ao que tem.
O menino, então, sente falta do irmão, pelo o que vemos o único que lhe dava atenção na casa. Pois, percebemos que o garoto fica deslocado como se fosse um estranho em sua própria família. Mas, também, não sabemos se as coisas eram diferentes antes da morte do irmão, já que sobre isso não temos nenhum flashback que nos dê pistas.
Já com a namorada, talvez ela ainda nem fosse sua namorada, pois haviam conversado pela primeira vez e  tido a primeira noite de amor no dia do acidente (resultado de quatro anos de amor platônico), os flashbacks comprovam o que a garota diz sobre a relação dos dois, eles se amavam.
Prosseguindo a análise referente à namorada, podemos dizer que ela lida melhor com o drama, encarando a realidade e seguindo em frente. Talvez a herança deixada pelo namorado a tenha fortalecido, uma gravidez aos 18 anos, sem expor dúvidas sobre o desejo de ter o filho, mostrando que realmente amava o garoto e, consequentemente, o filho dele.
O pai acredita que deve manter-se firme, mostrar-se forte, enquanto está caminhando para o abismo, não dorme, não consegue comentar sobre o filho perdido e se cala diante da loucura da esposa. Até que o corpo pede socorro e ele vai para o hospital.
Entre todos os personagens a mãe é aquela que quer sofrer, não aceita outra possível condição, pois considera a sua dor a maior, a sua perda a maior, seu amor o maior... Passa a acreditar que só o filho tinha sentido para ela, ignorando o resto da família e contribuindo para a destruição da mesma. Já que enquanto “curte” o luto de um, todos estão morrendo, metaforicamente.
É nítido que a mãe é o pilar da família. Quando ela descobre que não era o centro do mundo, a razão da vida do filho, mas que ele amava outras pessoas, inclusive a namorada, ela passa a amar os outros também, é como se tivesse se libertado de um amor obsessivo para um que sabe compartilhar, dividir e valorizar. É justamente nesse momento que o filho e o marido criam vida, ganhando mais nitidez com o nascimento do bebê, simbolizando que a família voltará a viver, ou seja, renasceram em busca de uma nova chance para todos.

FICHA TÉCNICA


Gênero: Drama

Duração: 99 min

Origem: EUA

Distribuidora: Paris Filmes

Direção: Shana Feste

Roteiro: Shana Feste

Produção: Lynette Howell, Beau St. Clair

Estréia: 18/06/2010 (Brasil)

3 comentários:

  1. Então, acho um bom drama e possui os seus méritos. Mas quando eu assisti, tive a sensação de que faltava algo... Achei a trama e principalmente o luto da mãe um tanto exagerado. Sem contar na mudança repentina dela em aceitar a nora. É até um filme bacaninha, mas achei bem fraco...

    Abs :D

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  2. Ainda não assisti esse filme, mas só por ter Carey Mulligan e Susan Sarandon no elenco, já é um bom sinal.

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  3. Ele tem lá seus baixos com o luto da mãe que nos causa vontade de dar uns tapas nela para acordar para vida HAHAHA
    Eu to bem viciadinha nos filmes com a Carey Mulligan, então sou suspeita, gostei do filme, que inclusive estreiou no mesmo festival que "Educação" e por isso foi ofuscado, mas vale a pena conferir.

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