"A NOSSA LINGUAGEM CRIA O MUNDO."

domingo, 22 de agosto de 2010

RIP VAN WINKLE E SEU PAPEL SOCIAL

O Conto Americano “Rip van Winkle”, do autor Washington Irving, parte do sono metafórico para desenrolar o gênero maravilhoso do enredo.
O personagem principal começa demonstrando que desde sempre a preguiça o perseguia e por isso sua mulher teria tornado-se tão rabugenta, pois o peso da casa caia sobre suas costas. Dessa forma o protagonista passa a desempenhar o papel do acomodado na sociedade que deixa que os outros tomem as decisões e desempenhem o trabalho necessário para que a sociedade caminhe, indo contra o principio americano “Do it yourself”.
O sono é o momento em que fica mais marcado na mente do leitor, talvez pelo fato de que essa metáfora vem junto com a magia da porção (unidade de efeito) que o faz dormir durante um longo tempo.
Quando Rip van Winkle acorda ele está velho, sua família está com outra estrutura e os Estados Unidos já conquistou a independência.
O velho Winkle não participou desse desenvolvimento, pois a moral da história é de que “não se deve dormir no ponto”, enquanto você torna-se um parasita social as vidas caminham, a política evolui e a cultura se modifica.
Esse conto teve grandes proporções no leitor americano, podemos encontrar alguns monumentos de Rip van Winkle pelos EUA. Certamente, muitos americanos se omitiram na luta para a independência do país e se identificaram com o personagem.
Você faz a história e se não ficar atento as mudanças ficará junto ao passado.


A FIGURA FEMININA NA IDADE MÉDIA


Perceba a ironia na imagem
Na época em que as mulheres usavam véus e homens espadas a figura feminina era completamente anulada diante dos direitos civis, sendo considerada incapaz de interagir no campo sócio-político. A única tarefa que devia ser executada por uma mulher era a de se dedicar ao bom andamento do lar, por meio de uma percepção religiosa.
As leis eram aplicadas muito mais severamente às mulheres do que aos homens entre o século V ao XV. Por exemplo, as mulheres solteiras não podiam alugar casas fora dos bairros autorizados e quem alugasse residências a essas mulheres eram condenados ao exílio. O homem que tivesse relações com uma mulher virgem ou com uma viúva com menos de 25 anos era apenas condenado a casar-se com a mulher. Quando a mulher cometia adultério ela e o seu amante eram condenados a execução, caso o marido não perdoasse. Porém, se o amante tivesse maior prestigio que o marido a sentença não era executada sem a confirmação do rei.
As mulheres deviam permanecer em suas casas fazendo trabalhos como fiar, tecer e bordar. O entretenimento da dona do lar se restringia a ler narrativas com discursos contra levantar-se a servidão.
A imagem da mulher construída na idade média era fútil e frágil, enquanto o homem simbolizava a força, virilidade, potência e sabedoria. Em síntese, a mulher medieval era apenas necessária para a reprodução da espécie sem ativa ocupação social.
Podemos dizer que os poucos que representavam a figura da mulher da idade média eram os trovadores em seus versos cantados.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

PRAGMÁTICA: A LINGUAGEM CRIA O MUNDO

A percepção do nosso mundo é realizada através dos cinco sentidos e representado pela linguagem. E só podemos transformar em linguagem os conceitos que armazemos em nossa mente.
Diante desse enunciado pressupõe-se que a linguagem (esta que é cultivada individualmente pelo sujeito) cria o mundo que também é formado por referentes que nos remetem as coisas do mundo.
Essa discussão logo nos leva a refletir qual seria a definição de linguagem. Segundo Chomsky está associada ao conceito de competência e performance. A competência sendo o conhecimento da estrutura da língua (SVO) e a performance o uso do conhecimento/competência.
Essas definições que nos fazem aumentar nossos conceitos sobre o tema acarretam em inferências que junto com a linguagem verbalizada nos fazem argumentar sobre os teóricos que podem nos trazer novos conhecimentos, aumentando o mundo de cada sujeito ou ser apenas frases de asserção afirmando as coisas do mundo. Cada um tem o direito de aceitar como verdade a importância da palavra no mundo ou não, de aceitar as teorias já estudas ou procurar novas respostas.
Nesse estudo a minha verdade tem como principal motivação dizer que os vários 'eus' que existem em cada individuo tem como principal fonte de criação a linguagem, pois somos o que sabemos e o que falamos. Neste contexto cabe afirmar que dizer é fazer, pois a ação das palavras é usada com a intenção de mudar o estado mental do seu interlocutor que quando aumenta o conhecimento de mundo aceita a quebra de paradigmas.
Voltando aos conceitos devemos ainda formar definições em relação à língua, já que ela é a competência e a linguagem a performance. Essa estrutura tem como fator determinante a cultura. É necessário que o ouvinte reconheça o poder do falante que neste contexto é dotado de certa autoridade para dizer. A língua é poder e também um acordo entre os falantes que fazem uso da competência, influenciando as estruturas mentais.
Nossas trocas de palavras (...) são, caracteristicamente, pelo menos em algum grau, esforços cooperativos; cada participante reconhece em si e nos demais, em alguma medida, um propósito ou conjunto de propósitos comuns ou pelo menos uma direção mutuamente aceita.

(Grice, apud Lage, 2000)

Para finalizar é interessante ressaltar os teóricos Austin (1962/1969), dizer é fazer, Searle (1969/1975) teoria dos atos de fala e Grice (1975), estudo das máximas e implicaturas.
No Brasil a pragmática começou a ser estudada na UNICAMP na década de 80. No Paraná em 2004 na UFPR e em 2006 na UTP.

domingo, 1 de agosto de 2010

MUNDO E LINGUAGEM


Wittgenstein (1921) trata de mundo e linguagem em seus estudos, que por meio da teoria de figuração demonstra o paralelismo entre linguagem e mundo.
Segundo o autor, o mundo se traduz pelos fatores existentes. O mundo é afigurado e cada figuração expressa realidade, podendo ser julgada falsa ou verdadeira através de uma forma lógica que pode ser figurada ou afigurada, que terá o valor de verdade diante do que é considerado real ou não.
Wittgenstein diz que “como as coisas são, a lógica pode dizê-lo: os limites de minha linguagem significam os limites do meu mundo” (24, § 5.6). Nessa citação percebemos que a linguagem é analisada perante as proposições que levarão à realidade. A proposição está relacionada com o estado da coisa e tem que essencialmente ser capaz de afigurar a realidade. Essas proposições são representadas por signos que nomeiam as coisas.
Em síntese, Wittgenstein, demonstra um paralelismo entre linguagem e realidade, ou seja, só pode haver o dizer se existir uma formulação lógica. Desse modo, a linguagem determina o mundo.
De acordo com a teoria causal da referência elaborada pela filosofia da linguagem de Frege, Russell, Wittgenstein I e Kripke, Araújo (2004), no livro “Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem”, percebemos que:
A linguagem seria determinada por essa realidade em sua função precipita de referir e nomear. A linguagem, nessa perspectiva, é relação termo a termo com a realidade, único modo de produzir sentenças significativas, aquelas cujo conteúdo é um valor de verdade. E o significado permanecido estável daria uma estrutura a priori e inteligível ao conhecimento. Uma teoria da referência busca matrizes invariáveis, afirma que os objetos são sempre os mesmos, que a realidade é o que é, apenas o modo de descrição varia (p.94).

Referência: VAZ, Aline Ap. de Souza. A percepção de mundo representada através das gírias. 2010. 13 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2010.